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Museu Etnográfico da Madeira promove oficina sobre as 'flores de arraial'

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O Museu Etnográfico da Madeira associa-se às celebrações da Festa da Flor com uma oficina comunitária, actividade com a qual se pretende dar a conhecer as 'flores de arraial', concebidas pelo povo, para ornamentar o espaço das festas e romarias, ao longo dos séculos. A sessão decorre no espaço exterior do museu, junto à Rua de S. Francisco, das 10 às 12 horas e das 14h30 às 16h30, do próximo dia 14 de Maio.

Como lembra a Secretaria Regional de Turismo e Cultura, este é um "«saber-fazer» passado de geração em geração, que faz parte do nosso património cultural imaterial e enriquece a nossa identidade cultural". 

Os funcionários da equipa do museu, assim como visitantes, alunos e utentes das diversas instituições do concelho vão participar nesta oficina, "procurando estreitar os laços com toda a comunidade". 

A matéria-prima utilizada na confecção destes artefactos será, na sua maioria, material reutilizado, recolhido pela equipa do museu. Aquele espaço será, depois, ornamentado, com as flores feitas por toda a comunidade, e a instalação ficará patente ao público até 26 de Maio.  

Utilizavam-se flores naturais, as chamadas "flores da época", colhidas nos campos, ou confeccionavam-se flores de papel. para ornamentar. A sua confecção era uma dessas tarefas comunitárias, que reunia dezenas de pessoas, aos serões, alguns meses antes da festa, sendo estes momentos propícios para fazer uma pausa no trabalho e sociabilizar, aproveitando os mais jovens para namorar, pois eram poucas as ocasiões em que as raparigas saíam de casa. 

"Esta variedade de flores era inspirada em diferentes espécies botânicas, nomeadamente os "cravos", as "flores de ervilha", os "cachinhos de uva", ou adquiriam outras designações populares, relacionadas com a utilização dessas espécies no quotidiano, como é o caso das "flores de anjo". São os cortes e dobragens do papel que definem a morfologia (número de pétalas e forma das flores", explica a secretaria do Turismo e Cultura, acrescentando que "mais tarde foram vulgarizadas as flores com uma morfologia que exigia uma conceção mais simples, a que o povo designava por "flores dos tontos", atendendo ao facto de a sua simplicidade, como nos explicaram, "permitir que fossem feitas por qualquer tonto".