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Diplomatas europeus expulsos de um museu palestiniano por manifestante

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Segundo uma pessoa presente, a multidão procurava um diplomata da Alemanha, um país criticado pelo fornecimento de armas a Israel, gritando "Alemanha, Alemanha

Estudantes palestinianos de uma universidade na Cisjordânia ocupada expulsaram hoje de um museu um grupo de diplomatas de países da União Europeia (UE), em retaliação pela posição destes países relativamente à guerra que decorre em Gaza desde outubro.

A delegação da UE nos Territórios Palestinianos lamentou que uma reunião de diplomatas europeus tenha sido "perturbada de forma agressiva por um grupo de estudantes".

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o cônsul-geral de Itália, Domenico Bellato, a sair apressadamente do Museu Palestiniano de Birzeit, a cerca de dez quilómetros de Ramallah, empurrado pelos manifestantes.

"O movimento estudantil recusou a entrada destes visitantes no museu devido à sua posição sobre o genocídio em Gaza. Foi por isso que lhes pedimos que saíssem", declarou à AFP o representante dos estudantes, Omar Kayed.

Segundo uma pessoa presente, a multidão procurava um diplomata da Alemanha, um país criticado pelo fornecimento de armas a Israel, gritando "Alemanha, Alemanha".

Um outro vídeo mostra um veículo rodeado pela multidão de manifestantes, alguns dos quais batiam nas janelas e atiravam objetos na sua direção.

"Hoje, no museu, realizou-se um seminário da UE. À hora do almoço, formou-se uma manifestação no exterior" e os diplomatas presentes, "incluindo o alemão, decidiram abandonar o local", disse à AFP Christian Kussler, porta-voz da representação alemã nos Territórios Palestinianos.

Na rede social X, o representante alemão nos Territórios Palestinianos, Oliver Owzca, lamentou que a reunião tenha sido "indevidamente interrompida por manifestantes", acrescentando que continua "empenhado em trabalhar com os (seus) parceiros palestinianos".

Adjacente à Universidade de Birzeit, o Museu Palestiniano, dedicado à história e à cultura palestinianas, declarou, em comunicado, que não tinha conhecimento prévio da identidade dos participantes na reunião.

"Se tivéssemos conhecimento da presença de países que não nos apoiam, ter-nos-íamos recusado a ceder a sala", declarou.

O Museu afirmou ter alugado a sala à Embaixada da Bélgica, país que, segundo referiu, apoiou "a causa palestiniana desde o início da agressão contra o povo em Gaza".

Em Ramallah, a polícia palestiniana impediu hoje os manifestantes de chegarem à representação canadiana durante um protesto contra a posição de Otava na guerra em Gaza, segundo um fotógrafo da AFP.

No dia 7 de Outubro, combatentes do Hamas lançaram um ataque sem precedentes a partir de Gaza contra o sul de Israel, provocando a morte de 1170 pessoas, segundo um relatório da AFP baseado em dados oficiais israelitas.

A operação militar de retaliação de Israel na Faixa de Gaza causou 34.535 mortos, a maioria dos quais civis, segundo o Hamas.