Ó ilha do Porto Santo como tu sem igual

A convite dos coordenadores dos Amigos FIAT Madeira, grupo a que pertenço, aceitei de bom agrado a ideia de participar num passeio de quatro dias pela nossa bela ilha do Porto Santo.

O objetivo era rodarmos os nossos “velhinhos” Fiats, sacudir o pó do motor e ao mesmo tempo proporcionar uma oportunidade de expor a todos quantos residem ou visitam aquela simpática ilha, os automóveis que fizeram parte da nossa infância, e que certamente trazem boas recordações a todos os que os veem.

A sugestão apresentada teve grande adesão por parte do grupo, apesar de todas as despesas de deslocação, alojamento e alimentação à responsabilidade de cada um.

Data marcada, tudo pronto, lá fomos.

Ainda a meio da saída das nossas viaturas do Lobo Marinho já a GNR marcava presença e mandava parar duas delas para inspeção.

Apesar de uma atitude prematura, no fim das contas estavam apenas a fazer o seu trabalho, pensei.

Não tínhamos tido tempo nem de tirar as toalhas das malas e já outra viatura de autoridade se apresentava.

Desta vez, a PSP.

Em tom divertido até comentei que “pelos vistos estaremos seguros com esta proteção amável das autoridades locais”.

Mas o que parecia inofensivo rapidamente se tornou uma perseguição um tanto maliciosa.

Do acompanhamento atrás de viaturas do nosso grupo, a várias passagens de reconhecimento nos nossos pontos de encontro.

Operações stop, rondas durante o jantar junto à praia e, aquando da foto de grupo na capela junto ao campo de golfe, depois de uma volta de apresentação sem direito a paragem, uma viatura da GNR foi estacionar a escassos cinquenta metros, observando o nosso comportamento como se de marginais nos tratássemos.

Não satisfeitos, já no sábado, enquanto as viaturas estavam em exposição na promenade,(com a respetiva licença e autorização camarária )a PSP rondou por duas vezes o local, sempre com uma atitude no mínimo incómoda.

Um comportamento constante até ao nosso regresso no domingo, tal como pai da noiva faz ao genro ,marcação cerrada.

Mas, que em boa verdade o que mais parecia era a história do mancebo que queria mostrar serviço ao seu senhor.

Estas atitudes levantam a dúvida de se esta é a forma que se quer promover o nosso Porto Santo.

Se é com esta postura vergonhosa que querem ser destino de férias.

Se é desta forma que querem eventos no Porto Santo.

Se é desta forma que querem ajudar a economia local.

É bom que aqueles que têm autoridade para tal digam de uma vez se querem ou não a presença dos madeirenses da Ilha da Madeira junto aos madeirenses da Ilha do Porto Santo.

Razões desmotivadoras já são muitas, e o que não faltam são destinos economicamente mais acessíveis e atrativos.

Deixo aqui o conselho a outros grupos motorizados… pensem duas, três ou mais vezes antes de lá irem.

Pelos vistos se nada for feito não somos bem vistos por aquelas bandas.

Genaro Rodrigues