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Venezuela recusa ser "extraordinário risco para a segurança dos EUA"

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A Venezuela condenou hoje a decisão do Presidente americano Joe Biden de prolongar o decreto que considera a Venezuela um "extraordinário risco" para a segurança norte-americana e acusou os EUA de violarem o Direito internacional.

"O Governo da República Bolivariana da Venezuela condena energicamente a renovação da ordem executiva que, desde 2015, tem sido usada para justificar uma campanha sustentada de agressão contra o povo venezuelano, em violação de todas as normas do direito internacional, constituindo um caso de castigo coletivo", explica o Ministério de Relações Exteriores (MRE) venezuelano em um comunicado.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prorrogou terça-feira, por mais um ano, a declaração de "emergência nacional" emitida em 2015, que considera que a situação na Venezuela representa "uma ameaça incomum e extraordinária" para a segurança nacional norte-americana.

"As circunstâncias (no país sul-americano), tal como descritas na Ordem Executiva 13692 (emitida a 8 de março de 2015 pelo então Presidente Barack Obama) e nas Ordens Executivas subsequentes emitidas em relação à Venezuela, continuam a representar uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional e à política externa dos Estados Unidos", refere a Casa Branca em um comunicado.

O anúncio da prorrogação teve lugar no mesmo dia em que as autoridades eleitorais venezuelanas marcaram para 28 de julho as próximas eleições presidenciais, sem, no entanto, levantar a desqualificação de Maria Corina Machado, vencedora das primárias opositoras de outubro de 2023, para candidatar-se, exigida por Washington que tinha advertido com anular a flexibilização de algumas sanções contra a Venezuela, altos funcionários e empresas públicas em caso de incumprimento.

No comunicado divulgado hoje, Caracas diz que "os EUA são hoje reféns das suas próprias políticas de agressão" e que "a crise migratória perante a qual tantos operadores políticos manifestam preocupação não é mais do que uma consequência direta e imediata das suas medidas coercivas e bloqueios".

"Nada mais se pode esperar de um Governo que normaliza e banaliza o genocídio contra o povo palestiniano ou que é indiferente à perda progressiva dos direitos civis das suas minorias", explica.

Caracas conclui afirmando que "o povo venezuelano não cedeu e nunca cederá a estas agressões".

"A sua moral, consciência e firmeza são a base sólida sobre a qual continua a construir vitórias. Não importa o que os EUA façam, a Venezuela é um país determinado a ser livre e prevalecerá", conclui.