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Madeira

"Não existem casos autóctones de doenças transmitidas por Aedes aegyti na Madeira"

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A Direcção Regional da Saúde na Madeira alerta esta terça-feira, 27 de Fevereiro, que "o aumento da mobilidade de pessoas, bens e animais, assim como, as alterações climáticas, são fatores que contribuem para a expansão de vetores [mosquitos] invasores e consequente aumento do risco de doenças por eles transmitidas". 

Os culicídeos, comumente designados por mosquitos, incluem a espécie Aedes aegypti, que está estabelecida na Madeira desde 2005 e que, quando infectada, pode transmitir dengue, chikungunya, Zika e febre-amarela.

Apesar do aumento de casos em todo o Mundo, a tutela da Saúde na Madeira refere que dos três casos de dengue diagnosticados na Região desde 2022, foram "todos importados de países da América do Sul e África"

Segundo a Direcção Regional da Saúde, a vigilância epidemiológica realizada na Região conclui que "à data, não existem casos autóctones de doença transmitidas pelo mosquito Aedes aegyti na Madeira", sendo que os casos importados de doença "são naturalmente controlados"

A implementação de estratégias de prevenção e controlo de doenças potencialmente transmitidas por este vetor tem sido uma prioridade regional, seguindo as recomendações internacionais, sendo de destacar o reforço da vigilância integrada e a aplicação de medidas de prevenção e controlo vetorial. DRS

A vigilância epidemiológica é baseada em dados clínicos e laboratoriais, que permitem a rápida identificação e o reporte de casos de doença transmitida por Aedes aegyti. 

A Região realiza ainda uma vigilância entomológica, focada no vetor,  que pressupõe principalmente a monitorização da positividade, densidade e distribuição geográfica do mosquito Aedes aegypti, fazendo-se ainda a identificação de novos invasores e a pesquisa de agentes patogénicos (vírus) no mosquito (em articulação com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge). 

A vigilância entomológica é utilizada para monitorizar a distribuição geográfica e densidade do mosquito Aedes Aegyti e obter valores indicativos da população deste vetor ao longo do tempo, e desta forma, identificar períodos e zonas de atividade crítica, apoiar a decisão sobre as intervenções e avaliar o impacto das ações de controlo e desinfestação.

As metodologias de vigilância e monitorização do vetor adotadas pela DRS consistem na deteção de mosquitos através de armadilhas de ovos (Ovitraps), num total de 211, e através de armadilhas de adultos (BG-traps), num total de 28, distribuídas por toda a região.

São mais de 20 os técnicos superiores da DRS afectos às actividades de vigilância e controlo vetorial e ao processamento e análise de dados com recurso a sistemas de informação geográfica, que atuam nos vários concelhos da região, com a colaboração das autarquias, cujos recursos apoiam e reforçam o trabalho efetuado. Além das recolhas de amostras diárias, semanalmente, são produzidos cerca de 53 boletins entomológicos e realizadas em média cerca de 16 ações de prospeção e controlo, em resposta novas positividades ou aumento da densidade.

Além do recurso a 32 armadilhas de captura “em massa” de mosquitos (BG-GAT2), a eliminação de criadouros é a base do controlo vetorial na Região e a sensibilização da população para a implementação de medidas de prevenção complementa o trabalho de controlo vetorial implementado pela DRS.