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Mais de 68.400 migrantes atravessaram a selva de Darién desde o início do ano

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Mais de 68.400 migrantes atravessaram, em 2024, a selva de Darién, a perigosa fronteira entre Panamá e Colômbia usada para chegar à América do Norte, cerca de 22.673 a mais em relação a igual período do ano passado.

O anúncio foi feito por o ministro da Segurança Pública do Panamá, Juan Manuel Pino, num vídeo divulgado ontem na rede social X (antigo Twitter) onde relatou que "mais de 68,400 pessoas passaram pelo Panamá, já que é um país de trânsito".

Há um ano, em 25 de fevereiro de 2023, as autoridades informaram que um total de 45.727 migrantes tinha atravessado a selva do Darién, o que representa um aumento de 22.673 pessoas, em comparação com o mesmo período deste ano.

O aumento de passagem de migrantes por o Darién a caminho dos Estados Unidos da América (EUA), em busca de melhores condições de vida, tem sido progressivo desde 2021, tendo o ano passado atingido o número recorde de mais de 520.000 pessoas.

Para este ano, prevê-se um aumento até 20% de migrantes em trânsito por esta perigosa rota, o que já levou o ministro Juan Manuel Pino a alertar a segurança do país "para contrariar esta ação"

Nesse sentido, as instituições de segurança do Panamá reforçaram uma campanha - que começou em dezembro e se estende até julho -- com mais "efetivos terrestres, navais e aéreos para que conseguiam um maior bloqueio na fronteira com a Colômbia".

As autoridades migratórias do Panamá também alertaram que continuarão a realizar deportações dos migrantes que "têm antecedentes criminais".

A rota através da selva do Derién está repleta de perigos como ataques de animais selvagens, picadas de serpentes, inundações dos rios devido a chuvas torrenciais e ainda roubos e violações.

Em 14 de fevereiro, pelo menos, cinco migrantes afegãos, entre eles um menor, morreram quando o barco que transportava 27 passageiros -- afegãos e venezuelanos -- naufragou nas Caraíbas, onde viajavam para evitar a travessia por o Darién. As equipas de resgate encontraram corpos sem vida "encalhados" numa área rochosa.

As autoridades do Panamá denunciaram que esse barco de madeira era inseguro e era navegado "por criminosos de forma imprudente", num dia de mau tempo, numa zona muito complexa para a navegação "devido às ondas fortes".

As autoridades panamenses insistem que a migração por assa selva é um "negócio" do crime organizado com fins lucrativos, já que no ano passado, segundo os números do Ministério da Segurança do Panamá, "ganharam" 820 milhões de dólares (mais de 750 milhões de euros a transportar migrantes pelo Darién.