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Investigação Judicial Madeira

Líder do PCP nada surpreendido: "Há décadas que denunciamos estas negociatas na Madeira"

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O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, defendeu, esta tarde, no Funchal, a realização de eleições regionais "logo que a Constituição o permita" porque "a maioria PSD/CDS/PAN já não tem condições para governar" e afirmou que "toda a gente sabia" das "negociatas e compadrios" no Governo Regional e instituições públicas da Madeira, porque o seu partido já o denunciava "há décadas".

"Está aberta uma oportunidade para investigar tudo até ao fim. Até me custou um bocadinho alguma perplexidade sobre o conteúdo [dos casos sob suspeita]. Não sobre as questões de investigação criminal, mas sobre o conteúdo das acusações. Porque nós há décadas que andamos na Madeira a denunciar este tipo de negociatas, compadrios e situações que até podem ser difíceis de provar criminalmente mas que estão à vista de todos. Toda a gente sabia", declarou o dirigente comunista.

Para Paulo Raimundo, a nível político, o caminho passa necessariamente por "dar a voz ao povo para eleições logo que a Constituição o permita", ou seja, com dissolução do parlamento regional daqui a dois meses. Paulo Raimundo entende que "as afirmações do Presidente da República abrem essa perspectiva" e considera que o Chefe de Estado deve ter em conta que "claramente a maioria PSD/CDS/PAN já não tem condições para governar". O que não aceita é um novo Governo Regional da actual maioria: "Pode estar em desenvolvimento uma estratégia para mudar protagonistas, para salvar o máximo da política em curso. Ora como nós achamos que a política em curso é errada, isto não é um problema de protagonistas, é um problema de opções políticas também. Essa não é uma solução. Pode ser uma solução imediata, até ao período em que permita dissolver o parlamento e convocar eleições, mas o caminho tem de ser dar a voz ao povo".

Em relação ao desafio que Paulo Cafôfo (PS) lançou aos outros partidos da oposição para um entendimento alargado em eleições regionais, Paulo Raimundo não fechou a porta a "convergir para tudo o que seja positivo para o povo" mas recusa assinar "cheques em branco" ou aceitar acordos sem conhecer o seu conteúdo.

A iniciativa com o líder nacional do PCP decorreu junto ao Hospital do Funchal e serviu para alertar para as 20 mil cirurgias em atraso e os 40 mil utentes à espera de consulta de especialidade, problemas que, para serem resolvidos, requerem investimento, contratação de mais pessoal e aumento de salários de médicos, enfermeiros, técnicos e outros funcionários. 

Veja a imagens do périplo do secretário-geral do PCP, esta sexta-feira, pela Madeira: