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Investigação Judicial País

Secretário-geral do PCP "não espera nada" do Conselho Regional do PSD/Madeira

Paulo Raimundo critica Governo por apresentar excedente e não responder a problemas na saúde

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Foto Lusa

Questionado sobre o que espera da reunião de hoje do Conselho Regional do PSD/Madeira, que deverá escolher um nome para substituir Miguel Albuquerque na chefia do Governo regional, o secretário-geral do PCP respondeu que não espera nada.

"Espero que, dentro dos tempos constitucionais, o senhor Presidente, logo que seja possível, convoque eleições antecipadas e espero também que tudo o que está em investigação seja, dentro dos tempos da Justiça, o mais rapidamente e tão profundamente quanto possível investigado e clarificado", defendeu Paulo Raimundo.

O dirigente comunista falava aos jornalistas na sede nacional do PCP, em Lisboa, depois de uma reunião com a Federação Nacional dos Médicos (FNAM).

Na ocasião, Paulo Raimundo criticou o Governo por apresentar um excedente orçamental de 4,3 mil milhões de euros em 2023 em contabilidade pública, quando é necessário um "investimento brutal" em sectores como a saúde e defendeu uma majoração salarial de 50% para os médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

"Enquanto nós precisamos de investimento brutal, urgente, na saúde, na educação, enquanto precisamos de criar condições para fixar médicos, enfermeiros, para responder às necessidades dos médicos de família, às necessidades dos utentes e tratamentos, não se responde a isso, e depois apresenta-se um excedente de 4,3 mil milhões de euros", respondeu.

Paulo Raimundo defendeu que "há aqui qualquer coisa que não está bem" e questionou "à custa do que é que se atingiu esse excedente orçamental".

"Não há um tostão desse excedente orçamental que esteja nos bolsos de todos nós. Há de estar nos bolsos de alguém, nos nossos não é de certeza", disse.

Sobre a reunião com a FNAM, Paulo Raimundo disse haver "uma grande sintonia de opiniões" sobre a realidade que se vive no país, mas também sobre "as medidas que é necessário implementar daqui para a frente".

Para o líder comunista, os médicos "têm de ser valorizados, respeitados, têm de ser valorizadas as suas carreiras, têm de se encontrar soluções para que se possam fixar no Serviço Nacional de Saúde (SNS), para dar respostas às necessidades dos utentes".

Para tal, Paulo Raimundo defendeu que são necessárias medidas como as que constam no programa eleitoral da CDU, designadamente "criar as condições para uma majoração salarial de 50%, 25% de incentivos do ponto de vista da contagem de serviço para efeitos da reforma".

"Mas também apoios, necessários e fundamentais para que médicos, em particular os jovens, possam ir trabalhar para sítios onde são necessários, desde logo apoios à habitação, um problema que hoje se coloca a várias profissões e naturalmente também aos médicos", disse.

Por sua vez, a presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, salientou que a federação está a encontrar-se com vários partidos, sendo o PCP o segundo, depois do PSD, para lhes dar a conhecer o seu plano de ação e caderno reivindicativo, que visa "melhorar o SNS e devolver-lhe médicos".

"São propostas que nós viemos a discutir e a apresentar na mesa negocial durante 19 meses ao atual Governo, que infelizmente não teve nem a competência nem a vontade política de agarrar e incorporar algumas das nossas ações, das nossas propostas", criticou.

Por outro lado, Joana Bordalo e Sá referiu que a FNAM também se está reunir com os partidos para perceber quais são as suas propostas para o SNS e mostrar que, independentemente de quem for o interlocutor, "a FNAM vai manter a luta, as suas reivindicações para melhores condições de trabalho e uma grelha salarial que seja mais digna, de forma a devolver os médicos ao SNS".