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Madeira

"O mercado a funcionar só tem prejudicado quem trabalha, diz BE-M

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O Bloco de Esquerda reuniu-se hoje com a União dos Sindicatos da Madeira a fim de se inteirar dos principais problemas e dificuldades que enfrentam as trabalhadoras e os trabalhadores madeirenses.

Entre eles estão a perda continuada do poder de compra que resulta quer do aumento do custo de vida e das rendas/prestações das casas, quer do facto de termos uma economia de baixos salários e assente na precariedade, o que leva os jovens a emigrar e a termos cada vez mais pessoas com dois empregos. Assiste-se igualmente ao abuso dos empresários com a desregulação de horários de trabalho e de horas extra, muitas vezes não pagas, que impede a conciliação saudável entre a vida profissional e familiar. BE-Madeira

Neste sentido, o partido sublinha que isto "é fruto do mercado a funcionar e de não haver uma efectiva regulação do trabalho que acabe com os abusos e promova o aumento do rendimento do trabalho". Aliás, acrescenta que o mercado "só é intocável para os partidos da direita que preferem ser facilitadores do negócio e nada fazer para tributar os lucros extraordinários das Galp e dos bancos deste país".

O Bloco defende que "isto não tem de ser assim".

Os governos têm um papel determinante, podem e devem intervir no mercado em benefício do interesse público e dos seus cidadãos. Aconteceu com o IVA zero ou com a suspensão do imposto nos combustíveis, por exemplo. BE-Madeira

O Bloco de Esquerda, no seu programa, apresenta soluções para a recuperação real de salários e das pensões, porque é preciso dar dignidade às pessoas e isso passa por "terem um salário e uma pensão que pague as necessidades da vida, mas também que alimente as necessidades do espírito, como poder comprar livros, ir a concertos ou ao teatro, poder jantar fora com a família ou fazer férias, enfim, que se possa ter uma vida boa".

Algumas das soluções que o Bloco defende passam pela redução do tempo de trabalho para as 35h, quer no público quer no privado, e implementando a semana de 4 dias; limitar a disparidade salarial dentro das empresas, "o que fará diminuir a desigualdade salarial e uma melhor distribuição da riqueza produzida por toda a cadeia de valor e não apenas para administradores e accionistas"; e combater a precariedade, os falsos recibos verdes, o abuso no recurso a programas de estágio apoiados e às horas extra e revertendo a facilitação dos despedimentos.