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Sindicato dos Jornalistas solidário com trabalhadores do GMG que fazem greve no dia 10

Foto Shutterstock
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O Sindicato dos Jornalistas emitiu uma nota de imprensa no qual solidariza-se com a paralisação dos trabalhadores do Global Media Group (GMG), agendada para quarta-feira, 10 de Janeiro, e explica que só em união poderão defender os seus postos de trabalho e o jornalismo.

Segue a nota na integra:

"Os trabalhadores do Global Media Group estão unidos. As várias empresas do grupo reuniram em plenários nas redações e outros locais de trabalho, durante a semana passada, e aprovaram a marcação de um dia de greve, quarta-feira, 10 de janeiro. O protesto, convocado pelo SJ, pelo SITE-Norte e pelo STT, abrange todos os trabalhadores, independentemente da profissão/função.

Os sindicatos acreditam que será uma grande manifestação da vontade de mostrar à Comissão Executiva e aos acionistas do GMG total repúdio pela intenção de dispensar 200 trabalhadores e os efeitos que estes cortes cegos e brutos vão repercutir no “Diário de Notícias”, em “O Jogo”, no “Dinheiro Vivo”, nas várias revistas, na Naveprinter e em todas as áreas e empresas do grupo. A ordem, transmitida de forma ilegal, de suspender todos recibos verdes do “Jornal de Notícias”, o que seria um golpe fatal para o jornalismo que faz e quer fazer o JN, e a opinião da TSF, liquidando a alma da rádio também merecem a recusa dos trabalhadores.

A greve também será uma oportunidade para transmitir a indignação dos trabalhadores em relação ao não pagamento do subsídio de Natal de 2023.

E tudo isto, enquanto a “comissão executora” contrata dezenas de consultores, assessores e diretores, com vencimentos bem superiores à média no grupo, aumentando os custos da empresa em mais de dois milhões de euros. Aumentam custos enquanto dizem que a empresa não sobrevive se não despedirem aqueles que o CEO não entende “como conseguem viver com 800 euros por mês”. Vivem mal, claro, mas trabalham com dedicação todos os dias, mesmo estes em que são voluntários sem salário e com o subsídio de Natal em atraso.

Estamos perante um quadro de total desrespeito pelas pessoas que há anos mantêm vivas as várias empresas do grupo, com salários do século passado e, agora, com uma Comissão Executiva que parece saída dos piores tempos da revolução industrial: que vive de mordomias e luxos, mas não paga salários nem subsídios e trata os trabalhadores como um incómodo a dispensar!

Jornalistas, gráficos, técnicos de várias áreas, comerciais, empregados de escritório e trabalhadores de várias áreas vivem apenas com uma certeza: a da total incerteza quanto ao futuro que a atual “comissão executora” trouxe ao GMG.

Por isso, JN, DN, TSF, Jogo, Naveprinter e os vários setores e marcas do grupo vão fazer greve dia 10. Para demonstrar que o caminho não passa pelo despedimento dos trabalhadores, que o futuro não está na desvalorização quase diária e alarve dos títulos e das marcas do grupo e que a gestão rigorosa tem de ser aplicada a todos e não apenas aos tostões que ganham os mais fracos.

A indignação dos trabalhadores será também expressa de forma pública com iniciativas para mostrar as razões da insatisfação e explicar aos cidadãos o que está em causa com esta greve e o perigo que é para a Democracia a destruição de órgãos de comunicação social e de postos de trabalho neste Grupo.

No Porto, de manhã, os trabalhadores vão estar junto à atual sede do "Jornal de Notícias", no cruzamento entre a rua de Monte dos Burgos e a Rua Henrique Medina, a partir das 9.30 horas; da parte da tarde, está marcada uma concentração junto à histórica e simbólica sede do JN, na rua de Gonçalo Cristóvão. O encontro foi agendado para as 14 horas, para coincidir com a hora de solidariedade proposta pelo SJ a todos os jornalistas portugueses, de forma a dar a oportunidade de demonstrar a importância do jornalismo na sociedade. Daí, os trabalhadores vão para a praça General Humberto Delgado, onde se vão concentrar em frente ao edifício da Câmara.

Em Lisboa, os trabalhadores vão estar juntos, a partir das 9 horas, na escadaria da Assembleia da República, enquanto o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, responde numa audiência da Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, que discute a situação no GMG, às 10 horas. Após a saída do ministro, jornalistas, técnicos e demais trabalhadores deslocam-se para as Torres de Lisboa para se concentrarem e manifestarem, a partir das 14 horas, junto à sede do grupo.

O protesto está a ser organizado pelos três Sindicatos representativos dos trabalhadores no GMG: Sindicato dos Jornalistas (SJ), Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (SITE-Norte) e o Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT).

Sem uma Comunicação Social forte, isenta e transparente seremos uma DEMOCRACIA amputada e amordaçada.

Só com trabalhadores respeitados, motivados e com os salários em dia o GMG pode ter futuro."