Poema

Os abraços são engodo
Para uma boa caçada
Há promessas na campanha
Que apanham o Zé Povo
Em mais uma emboscada

Carinhosos, muito meigos
É, o que nos parecem ser
Galgam o poleiro e depois
Olham-nos como leigos
Passam, a nos esquecer

Prometem sol, dá vento
Depois, vem o nevoeiro
Que esconde as falcatruas
Durante esse tempo
Que são donos do poleiro

A incerteza, jamais para
No meio de tanta farsa
O voto, arma do povo
Mas quando o povo à dispara
Sai o tiro pela culatra

Sem sair do meu critério
Esta, é a minha convicção
Não vos digo quem são eles
Pensem bem a sério
E adivinhem, quem eles são

José Miguel Alves