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Zelensky convida líder republicano Kevin McCarthy a visitar Kiev

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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, convidou o líder da Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA, o republicano Kevin McCarthy, para visitar Kiev, numa fase em que aumentam os protestos entre os conservadores norte-americanos sobre o apoio à Ucrânia.

"O McCarthy precisa de vir aqui para ver como trabalhamos, o que está a acontecer, o que a guerra fez, o que as pessoas estão a lutar e contra quem estão a lutar. E só depois decidir", referiu Zelensky, durante uma entrevista à estação CNN.

A liderar a nova maioria republicana na câmara baixa do Congresso norte-americano, Kevin McCarthy é, desta forma, a terceira figura mais importante da política dos EUA, a seguir ao Presidente e vice-Presidente.

"Acho que McCarthy nunca visitou Kiev ou a Ucrânia e acho que isso pode ajudá-lo", acrescentou o Presidente ucraniano, de acordo com trechos da entrevista, divulgados pelo canal.

No entanto, o líder dos republicanos na Câmara dos Representantes referiu à CNN que não precisava ir à Ucrânia para entender a situação.

Na sua atual posição, McCarthy pode impedir o gigante programa de ajuda do Presidente Joe Biden à Ucrânia, para se defender da invasão russa.

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia há mais de um ano, os Estados Unidos forneceram quase 100.000 milhões de dólares (cerca de 94.800 milhões de euros) em ajuda militar, económica e humanitária.

A democrata Nancy Pelosi, que precedeu a McCarthy no cargo, esteve em Kiev em maio de 2022, numa demonstração de apoio à Ucrânia.

Embora não se oponha ao apoio dos EUA aos ucranianos, McCarthy disse repetidamente que o Congresso não deveria assinar "cheques em branco" sem um exame cuidadoso.

Ainda assim, uma minoria de republicanos no Congresso tem expressado a sua oposição à ajuda militar e financeira à Ucrânia.

"A minha posição sempre foi a de não assinar um cheque em branco. A partir daí, não preciso ir à Ucrânia para descobrir se é um cheque em branco ou não", destacou McCarthy à CNN.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.173 civis mortos e 13.620 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.