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Ex-governantes trataram saída de Alexandra Reis como aspeto operacional

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A diretora da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) considerou hoje que Pedro Nuno Santos e Hugo Mendes trataram da saída de Alexandra Reis da TAP como se fosse matéria operacional, erradamente, para estabelecer paz social na administração.

"Por parte dos responsáveis políticos a prioridade foi estabelecer quase uma paz social", afirmou Carla Reis Santos, na comissão de inquérito à TAP, referindo-se às diferenças de opinião entre a presidente executiva, Christine Ourmières-Widener e Alexandra Reis. "Daí terem quase anuído 'ok, a engenheira Alexandra Reis sai', o aspeto foi tratado mais como um aspeto operacional, que não era", acrescentou.

Para a diretora da IGF, isto "se calhar também explica as comunicações informais às Finanças e toda a solução desastrosa encontrada para a saída da engenheira Alexandra Reis", realçando que se trata de uma perceção "quase pessoal", que sai das audições feitas pela IGF.

Adicionalmente, vincou a responsável, o ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e o ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, que se demitiram na sequência da polémica indemnização de meio milhão de euros, tinham sido informados pela presidente executiva da TAP que o enquadramento jurídico para o acordo com Alexandra Reis estava salvaguardado por duas sociedades de advogados de topo.

Questionado sobre a prestação de declarações falsas por parte de Hugo Mendes, que pediu para prestar esclarecimentos adicionais à IGF, o inspetor-geral, António Ferreira dos Santos, considerou tratar-se de "um evoluir de pensamento" e não falsos depoimentos.

O Governo anunciou a exoneração da presidente executiva da companhia aérea, Christine Ourmières-Widener,a e do presidente do Conselho de Administração, Manuel Beja, em 06 de março, depois de anunciados os resultados de uma auditoria da (IGF), que concluiu que o acordo para a saída de Alexandra Reis é nulo e grande parte da indemnização de perto de meio de milhão de euros terá de ser devolvida.

A polémica começou no final de dezembro, altura em que o Correio da Manhã noticiou que a então secretária de Estado do Tesouro tinha recebido uma indemnização de cerca de 500.000 euros para sair dois anos antes do previsto da administração da empresa.

O processo foi negociado ao abrigo do código das sociedades comerciais, quando a TAP está abrangida pelo estatuto do gestor público.

O caso motivou uma remodelação no Governo, incluindo a saída do ex-ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos.