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Trabalhadores de empresa que explora rubis no norte de Moçambique paralisaram parcialmente actividades

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Foto SENG MAI/EPA

Trabalhadores da Montepuez Rubi Mining (MRM), que explora rubis no norte de Moçambique, paralisaram parcialmente, na terça-feira, as suas atividades, reivindicando aumentos salariais e melhores condições de trabalho, anunciou hoje a empresa.

"Embora este grupo de trabalhadores não tenha seguido o processo sindical estabelecido para questões deste tipo, a MRM espera que, trabalhando com o sindicato reconhecido e as autoridades laborais estatais, se encontre uma solução para a situação em breve", refere-se numa nota da empresa distribuída à comunicação social.

Segundo a MRM, a paralisação, que interrompeu uma "série de atividades da empresa", foi anunciada através de uma carta não assinada, divulgada pelos trabalhadores na segunda-feira.

"Esta ação unilateral de uma parte dos trabalhadores só beneficiou o sindicato de mineradores ilegais que opera na zona, uma vez que o mecanismo de proteção do projeto foi efetivamente desviado para a gestão da greve ilegal", refere-se no documento, que acrescenta que a empresa informou as autoridades sobre a "greve ilegal", tendo tomado providências para executar os serviços essenciais e proteger os funcionários residentes no acampamento, com o apoio da polícia.

"A perda de produção resultante da paralisação das operações pode afetar os resultados do próximo leilão de rubis, um dos principais impulsionadores de receitas e contribuições fiscais na província de Cabo Delgado", acrescenta-se no documento.

Fontes que acompanham o caso disseram à Lusa que os trabalhadores voltaram hoje aos seus postos, mas as negociações com a empresa continuam.

A MRM possui cerca de 34 mil hectares de concessão para exploração de rubis em Cabo Delgado e apresenta-se como a principal investidora na extração de rubis em Moçambique, sendo detida em 75% pelo grupo Gemfields e em 25% pela moçambicana Mwiriti Limitada.

Desde janeiro de 2011, as vendas da Montepuez Ruby Mining representam 94% dos fluxos monetários do país relativos a esmeraldas, rubis e safiras, segundo a própria companhia.