Chega a filosofia do medo

Como outros animais, nós humanos aprendemos a ter medo por meio de experiências, como ser atacado por um predador. Também aprendemos por meio da observação, como ao testemunhar um predador atacando outro humano. E aprendemos com instruções, como quando nos dizem que há um predador por perto. O medo de tomar decisões deriva por vezes da insegurança. Quanto mais inseguro, mais medrosa é a pessoa. Medo de errar, medo de perder, medo de fracassar, medo de arriscar, medo de mudar, medo do desconhecido. Vários medos são os que envolvem por vezes as tomadas de decisões. Esta malta que sobrevive à conta da corrupção por vezes oculta no anonimato também está com medo! Habituem-se; pois agora existe uma oposição a denunciar e a enfrentar os sucessivos descalabros governamentais que andavam ocultos ou disfarçados e depois propositadamente esquecidos. Acham que com a intimidação e a utilização de calúnias chamando nomes que só assustam a quem desconhece ou vive alheio da realidade, nos irão intimidar? Mas não se esqueçam que faremos todos os possíveis para levar a verdade às populações, para que no próximo ato eleitoral vão minimamente esclarecidas, e não será com um espeto de carne, uma laranjada e uma fatia de bolo do caco, ou com um saco de frangos congelados que irão «voltar a comprar» a dignidade do nosso povo. A seriedade, a dignidade, a justiça e os valores a restituir além da restauração da democracia, resgatar a liberdade, é a nossa missão mesmo que isso nos custe as maiores calúnias, as ofensas e a perseguição, terá de ser a reposição da dignidade ao nosso povo e o preço a pagar será com o nosso comportamento, a nossa atitude, o nosso empenho e sobre tudo com muito trabalho. Não podemos continuar a ser cúmplices da nossa miséria como o têm sido os partidos que ao longo de todo este quase meio século, cúmplices da miséria do povo que sustenta a corrupção. Deveriam ter vergonha aqueles que nos acusam que agora falta-lhes a coragem de enfrentar um autêntico monstro em que se converteu a corrupção que eles criaram em Portugal e subsequentemente na nossa região, de quem ao longo destes anos alimentou, e covardemente se escondeu por detrás dos seus próprios benefícios para humilhar e abafar autênticos roubos. Não vamos servir de bengala para continuar a suportar um bando de oportunistas e mentirosos que recorrendo a intimidação e ao medo dum povo que ainda não conseguiu se libertar do fantasma duma ditadura que ao ver prevalece. Aceitar a liberdade como um dado adquirido e a democracia participativa como o instrumento de a cada dia a valorização dum povo pelos seus próprios meios. Tenham coragem e saibam ao menos utilizar as vossas armas, ou será que nunca tiveram a dignidade de fazer valer aquilo que serão sempre as que nós utilizamos: a verdade, a justiça, o trabalho o humanismo e os valores da sociedade. Entre a coragem e o medo CHEGA o dia que terá de escolher.

A. J. Ferreira