A coerência socialista ou como ter ou não medo

Miguel Albuquerque, usando as prerrogativas legais que a lei permite, vai responder por escrito às questões colocadas pela comissão parlamentar de inquérito que está a investigar eventuais favorecimentos do Governo Regional a grupos económicos. Repita-se Vai Responder! E mostrou-se logo disponível para o fazer, dando aval imediato a uma comissão de inquérito. Reação do PS madeirense, a lembrar meninos da escola primária: tem medo!

António Costa, perante os vários casos com que os seus Governos se foi deparando, e quando confrontado com comissões de inquérito, teve dois tipos de reações: ou respondeu por escrito ou mandou os deputados socialistas vetarem a sua presença em comissão de inquérito. Reação dos socialistas da Madeira: corajoso, paradigma da democracia.

O curioso é que o último dos casos aconteceu ainda há dias, com avanços e recuos na comissão de inquérito à banca. António Costa lá deu aval à comissão, mas por escrito. E não respondeu a todas as perguntas colocadas, só àquelas que lhe deu jeito. É a chamada coragem à socialista.

Enfim, é a chamada (in)coerência socialista, a que os socialistas já nos habituaram, tanto cá como lá. É caso para dizer que nesta incoerência são coerentes, consistentes.

Mas, podemos ainda ir mais longe e juntar a incoerência à falta de memória nos habituais “pecados” socialistas. É que Sérgio Gonçalves esquece-se, ou faz que se esquece, do comportamento do seu antecessor na liderança socialista perante a comissão de inquérito à queda de árvore no Monte, que provocou várias vítimas mortais. E, aí sim, tratava-se de uma questão factual, comprovada, que importava ser cabalmente esclarecida.

Mas, o que fez Paulo Cafôfo, recordam-se? Foi à Comissão? Respondeu por escrito? Não, simplesmente nem apareceu. Isto, sim, é que é coragem! A tal coragem socialista…. A tal que Sérgio Gonçalves apregoa….

Ângelo Silva