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Conselho de Segurança da ONU pede nomeação de enviado especial para o Afeganistão

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Foto Shutterstock

O Conselho de Segurança da ONU aprovou hoje uma resolução pedindo ao secretário-geral, António Guterres, que nomeie um enviado especial para o Afeganistão com ampla experiência em direitos humanos e género.

O principal órgão de decisão da ONU aprovou hoje, com 13 votos a favor e a abstenção da Rússia e da China, uma resolução proposta pelos Emirados Árabes Unidos (EAU) e pelo Japão, após negociações controversas que resultaram em vários projetos.

A resolução pede a nomeação de um enviado especial para o Afeganistão para promover as recomendações de um relatório independente, incluindo a satisfação das necessidades básicas dos afegãos e o estabelecimento de um compromisso político para reintegrar o país na comunidade internacional.

O embaixador japonês na ONU, Yamazaki Kazuyuki, referiu que o Conselho de Segurança tem estado "unido sobre a questão do Afeganistão" e que a decisão de hoje indicia a vontade de facilitar uma nova estratégia que "permita a introdução dos mecanismos internacionais" para trazer a paz ao país.

A resolução sublinha a necessidade de uma "arquitetura de compromisso que oriente e dê mais coerência às atividades políticas, humanitárias e de desenvolvimento" e de um "roteiro que permita uma negociação e uma implementação mais eficazes das prioridades dos intervenientes afegãos e internacionais".

A embaixadora dos EAU na ONU, Lana Zaki Nusseibeh, prestou "homenagem aos afegãos" e, em especial, às mulheres e raparigas, esperando que este seja "o princípio do fim" do seu isolamento e que seja aprovada uma "abordagem proativa, em vez de reativa, para ajudar a população".

Outros países, como os Estados Unidos e a França, sublinharam que está a ser enviada uma mensagem ao Governo talibã para que cumpra as suas obrigações perante a comunidade internacional a fim de reintegrar o país, mas criticaram a "falta de vontade" de Cabul, que complica a normalização das relações diplomáticas.

A Rússia, na sua intervenção, argumentou que "partilha" a intenção de "desafiar o 'status quo'" na região e de "mobilizar a comunidade internacional" para aumentar a "cooperação pragmática com as autoridades de facto" no Afeganistão, de forma a "lidar com as consequências negativas da intervenção militar".