ABAMA lamenta "total desconhecimento" do valor pago aos produtores de banana
Num comunicado enviado à redacção, a Associação de Organizações de Produtores de Banana da Região Autónoma da Madeira (ABAMA), repudia as declarações que considera "repugnantes, ofensivas e demagógicas" de Miguel Albuquerque, no que diz respeito ao preço pago aos produtores de banana.
Assim, a ABAMA "lamenta a desorientação e total desconhecimento, falta de carácter e a má-fé" do presidente do Governo Regional (GR) bem como da GESBA, quando afirmado que a "banana da Madeira é muito bem paga ao produtor", pois essas declarações atiram "areia para os olhos dos agricultores e da população em geral".
A GESBA foi constituída com a falsa promessa de resolver os problemas do sector da banana da Madeira, “revolucionar o sector”, e aumentar o rendimento ao produtor de banana, mas na realidade foi constituída para defraudar escandalosamente a ajuda comunitária da banana do agricultor que passou de 0,059€/kg em 2005, para 0,446€/kg a partir do ano de 2007, furtando 0,30€/kg de banana ao preço pago ao produtor". ABAMA.
A Associação explica que, em 2005, a banana paga ao produtor por categoria tinha o seguinte valor: "banana extra 0,60€/kg; banana de primeira 0,51€/kg e banana de segunda 0,30€/kg mais a ajuda comunitária", todavia os preços pagos actualmente (2022), pela GESBA, são "banana extra 0,268€/kg; banana de primeira 0,178€/kg e banana de segunda 0,074€/kg mais a ajuda comunitária".
No comunicado a ABAMA considera que é importante informar aos agricultores que o valor pago ao produtor de banana, por categoria, é "inferior em média 0,30€/kg" quando comparado ao ano de 2005.
É preciso dizer a verdade aos madeirenses para que saibam, que só na Madeira se criou uma situação única em todo o espaço europeu permitindo a comercialização de produtos agrícolas por uma empresa pública, e, não por organização ou agrupamento de agricultores". ABAMA.
A Associação de Organizações de Produtores de Banana da RAM questiona ainda: "Como é possível que a GESBA receba a ajuda comunitária para a filheira da banana e seja a mesma a gerir, fiscalizar e atribuir a ajuda sem a fiscalização de uma identidade externa!!! Será que não há conflito de interesses??".
Deste modo, a ABAMA solicita "respeito pelos agricultores que estão a sofrer grandes dificuldades financeiras, com os aumentos dos produtos fitossanitários, luz, água, salários, etc".
Não aceitamos que seja enviada para a Meia-Serra a banana que produzimos, deixando-a apodrecer em cima da terra, prejudicando o agricultor que não recebe dinheiro pelo seu trabalho e o consumidor final que fica impedido de conseguir um preço mais acessível. Só quem não derrama suor e lágrimas no seu trabalho é que pode ficar indiferente a este desperdício". ABAMA.
Ainda é possível ler no comunicado que os madeirenses precisam de saber que o GR " fez publicar uma portaria que na prática impede que outras entidades possam comercializar a banana da Madeira, protegendo este monopólio à semelhança daqueles que havia no regime de Salazar. E é disto que o Sr. Presidente se orgulha na retenção do dinheiro dos Srs. agricultores e do voltar ao passado?".
Em suma, a ABAMA pretende defender os interesses dos produtores de banana da Madeira, "aqueles que metem as mãos na terra, que defendem a qualidade do que se produz, valorizando a nossa ilha, quer para o turismo, quer a paisagem, quer o meio ambiente, como os postos de trabalho, alavancar a economia local e a marca banana da Madeira".
