Um dos muitos ensinamentos que retiro do meu convívio com o meu Pai, António Aragão (www.aragao.org), foi a sua enorme insatisfação pela Madeira "pertencer" a Portugal. Esse "peís", como o qualificava. Sublinhava que a Madeira não devia ter donos, e ainda mais tratando-se de um "dono" que estava, desde sempre, apenas interessado no saque das suas colónias, e referia-me com rigor como todos os territórios que Portugal colonizou deram unicamente origem a países de terceiro mundo, e como, ao contrário, a colonização do Reino Unido, com outros objectivos associados (nomeadamente com o assentamento permanente dos colonos para aí constituirem a sua vida familiar), deu quase sempre origem aos países mais desenvolvidos do planeta (onde os Estados Unidos da América constituem o exemplo mais elevado). Sim Dr. Miguel Albuquerque, tem toda a razão quando questiona se vale a pena estarmos integrados na República Portuguesa. Portugal sempre usou a Madeira como meio para servir os seus mais abjectos interesses egoísticos (nomeadamente geopolíticos pelas águas territoriais dos arquipélagos atlânticos), sem nunca se importar com o desenvolvimento real da nossa terra (das "colónias", de todas elas... Brasil, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Moçambique, Macau, etc.). Mas pior, continuamos a ser colonizados por um Estado de ideologia socialista, o mesmo que encetou parcerias "estratégicas" com o actual regime ditatorial da China, o mesmo que agora hipocritamente diz estar ao lado da Ucrânia, País fortemente agredido durante décadas pelo colonizador soviético socialista. Sim, nós Madeirenses também continuamos a ser agredidos por um colonizador socialista. E precisamos exigir sem hesitações o nosso direito internacional à autodeterminação, estabelecendo parcerias com os Países mais desenvolvidos e civilizados, como o Reino Unido e os Estados Unidos da América, e colocando um ponto final à continuada subjugação por parte da República Socialista Portuguesa.

Marcos Aragão Correia