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Russo suspeito de espionagem condenado a pena suspensa na Alemanha

Foto DR
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Um tribunal alemão condenou hoje um homem russo por espionagem e castigou-o com uma pena suspensa de um ano por ter passado documentos, incluindo informações sobre foguetes europeus, para os serviços de inteligência da Rússia.

O réu, identificado apenas como Ilnur N., segundo as regras de privacidade alemãs, trabalhou como assistente de investigação de um professor de ciências e tecnologia na Universidade de Augsburg até à sua detenção em junho passado.

O tribunal de estadual de Munique disse que um homem credenciado como vice-cônsul na cidade da Baviera entrou em contacto com o réu em 2019, dizendo inicialmente que trabalhava para um banco russo e precisava de informações sobre projetos de pesquisa de tecnologia aeroespacial para investimentos privados.

Em reuniões com o funcionário do consulado, o réu entregou informações que havia compilado de fontes acessíveis ao público, inclusive sobre o lançador espacial Ariane, indicou o tribunal em comunicado.

O tribunal concluiu que o réu só começou a suspeitar em fevereiro de 2021 que o material era destinado à inteligência estrangeira, mas entregou mais em abril do ano passado.

O agora acusado disse que o manipulador trabalhava para o serviço de inteligência estrangeira SVR da Rússia.

Quando o julgamento começou em fevereiro, o homem de 30 anos disse ao tribunal que não era um agente.

O suspeito de espionagem adiantou que havia dado informações publicamente acessíveis a um funcionário do consulado russo em Munique, mas não sabia nada sobre as atividades de inteligência.

Ilnur N. também referiu que não imaginou que os serviços de inteligência russos estivessem interessados em material disponível publicamente.

O tribunal afirmou que impôs uma pena suspensa, porque o réu não era suscetível de reincidir, lavando também em consideração a sua cooperação com os investigadores e concluiu que Ilnur N. não tinha a certeza de que o vice-cônsul trabalhava para a inteligência russa e que as suas atividades não provocavam nenhum dano evidente à Alemanha.