Madeira

Socialistas criticam atentados paisagísticos e ambientais na orla costeira

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O Grupo Parlamentar do Partido Socialista criticou, hoje, aquilo que diz serem "atentados paisagísticos e ambientais que foram cometidos na orla costeira" e que contrariam aquela que deve ser a prática das diferentes entidades públicas e privadas, bem como o que deve ser salvaguardado no Plano de Ordenamento da Orla Costeira, que está em fase de execução.

Em conferência de imprensa realizada na Ponta do Sol, o deputado Carlos Coelho deu conta de que o Plano entrará em discussão pública em Maio e aproveitou para lamentar como é que, ao fim de quase 50 anos de governação do PSD, ainda não houve oportunidade de criar este instrumento. Apontando alguns maus exemplos, o parlamentar criticou o facto de, primeiro, terem sido gastos milhões de euros e terem sido feitas obras atabalhoadas e sem coordenação, para só agora se avançar com um plano para “remendar” estes erros.

“Num concelho tão pequeno, com seis quilómetros de costa, conseguimos ter tantos atentados paisagísticos e ambientais”, referiu, dando alguns exemplos de obras feitas no concelho da Ponta do Sol, nomeadamente a Lagoa do Lugar de Baixo, que era a única lagoa de maré da Região e que, há cerca de 20 anos, segundo apontou, a Sociedade de Desenvolvimento Ponta do Oeste tratou de “matar” e “tornar moribunda”. “Daí para cá, foi vedada, deixou de funcionar com a maré como era habitual e está condenada à morte e a umas limpezas de anos a anos, mas que não são solução permanente”.

Carlos Coelho referiu-se, também, à Marina do Lugar de Baixo, que custou mais de 100 milhões de euros e que “não serve para nada”. “É um monte de entulho. Aliás, gastou-se dinheiro para criar um problema onde não havia problema nenhum e onde tínhamos uma praia lindíssima”, sustentou.

O deputado socialista referiu-se ainda ao Plano de Ordenamento para a Aquicultura Marinha da Região Autónoma da Madeira, criado em 2016, que prevê a instalação de jaulas de aquacultura à frente do Lugar de Baixo, da vila da Ponta do Sol e do sítio dos Anjos. “Estamos aqui com papéis invertidos. Não deveria o POAMAR ter sido lançado depois do programa para a Orla Costeira?”, questionou.

Carlos Coelho lamenta que o Plano de Ordenamento da Orla Costeira já venha “com uma série de directrizes que já não vão poder ser implementadas, porque o mal já está feito” e muitas situações já são irreversíveis.