A Guerra Mundo

'Blogger' detido por "traição" após apoiar invasão russa

Gleb Lyachencko, um 'blogger' de 33 anos que já fez comentários em canais televisivos, foi detido por 60 dias, podendo ser libertado mediante o pagamento de uma fiança.

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Um 'blogger' e "especialista político" foi detido preventivamente por "traição", na sequência do apoio à invasão da Rússia, anunciaram hoje os Serviços de Segurança Ucranianos (SBU).

"Os serviços especiais pararam as atividades ilegais de um 'jornalista' que estavam a colocar em causa a segurança da Ucrânia", informou a filial do SBU em Lviv, na rede social Facebook, acrescentando que o detido está acusado de traição.

A publicação do SBU refere que o "traidor usou as redes sociais para apoiar as ações do país agressor", acrescentando que a imprensa russa usou essas mensagens para justificar as "suas ações criminosas contra a Ucrânia".

O homem, que segundo a imprensa ucraniana é Gleb Lyachencko, um 'blogger' de 33 anos que já fez comentários em canais televisivos, foi detido por 60 dias, podendo ser libertado mediante o pagamento de uma fiança.

De acordo com o 'site' de notícias censor.net, Lyachencko disse em tribunal que só quer que "a paz seja restabelecida" e invocou o direito à liberdade de expressão.

Na quarta-feira, a justiça ucraniana anunciou a primeira acusação de um cidadão por colaboração com as forças russas, feita ao abrigo de uma lei promulgada em 15 de março, que prevê penas até 12 anos de prisão.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.189 civis, incluindo 108 crianças, e feriu 1.901, entre os quais 142 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de quatro milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.

A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.