A Guerra Desporto

Tony Martin doa prata de Londres2012 para ajudar crianças ucranianas

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O antigo ciclista alemão Tony Martin anunciou hoje que vai doar a medalha de prata do contrarrelógio dos Jogos Olímpicos Londres2012 para angariar dinheiro para ajudar as crianças ucranianas afetadas pela investida militar russa.

"Todos os dias vejo imagens terríveis da Ucrânia na TV, e parece-me tão errado ficar sentado no sofá e aceitar isto. [...] Quero fazer o meu pequeno papel e ajudar, e por isso vou doar a minha medalha olímpica para angariar fundos para a Wir Helfen Kindern", uma instituição alemã de apoio a crianças, explicou o antigo ciclista na rede social Instagram.

A Wir Helfen Kindern tem em curso uma campanha de apoio à Ucrânia, pelo que as verbas conseguidas pelo leilão pela prata olímpica do alemão, um especialista do 'crono', será depois convertido em ajuda humanitária.

"Separar-me do maior troféu que consegui ganhar na carreira não foi fácil, mas considerando que milhões de pessoas perderam quase tudo, é algo que quero mesmo fazer. Espero, do fundo do coração, que o povo ucraniano possa ter de volta a sua paz e liberdade", acrescentou.

Tony Martin, de 36 anos, foi um dos maiores especialistas de sempre no contrarrelógio, tendo conquistado quatro títulos mundiais da especialidade (2011, 2012, 2013 e 2016), um recorde que partilha com o suíço Fabian Cancellara.

O alemão, que venceu a Volta ao Algarve em 2011 e 2013, venceu cinco etapas da Volta a França, onde chegou a vestir de amarelo (2015), duas etapas na Vuelta e 10 títulos nacionais de contrarrelógio, entre muitas outras vitórias, antes de retirar-se no final da temporada passada.

No vasto palmarés do 'Panzerwagen' ficou a faltar o ouro olímpico na luta contra o cronómetro, com a prata de Londres2012 a figurar como o seu melhor resultado.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou que matou pelo menos 1.081 civis, incluindo 93 crianças, e feriu 1.707 feridos, entre os quais 120 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,8 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.