Algumas diferenças

Pese o pouco tempo de actividade, da nova Vereação da Câmara Municipal do Funchal, começa a estar à vista de todos um novo formato, ou se quiserem um novo modelo de funcionamento e gestão.

Fazer abordagens que envolvem pessoas e eventuais comparações, ainda que de modelos, são sempre melindrosas, especialmente em meios pequenos ou paroquiais, onde tudo, é visto de forma clubística ou politizada e por isso, tentarei ser o mais objectivo, isento e rigoroso possível. Perante isto, nem sequer faço qualquer declaração de princípio ou interesse, relativamente a laços de amizade e estima que possa ter e tenho, sem dúvida, por alguns dos envolvidos, porque desta vez, a constatação é positiva, mas, quem me conhece, sabe bem a independência da minha consciência e que se as análises fossem negativas, seria o que teria de ser analisado e escrito ainda que doesse.

Em Outubro de 2021 o Dr. Pedro Calado, novo Presidente da C.M. do Funchal afirmou: …”A nossa prioridade é defender a causa pública e trabalhar para as pessoas“…

O que vemos, numa análise “tout court“- Um novo formato ou modelo de gestão, mais empresarial que “pública“ e com uma visão estratégica muito focada no CLIENTE e na sua satisfação, seja no chamado cliente interno (trabalhadores), seja no cliente externo (munícipes). Um rumo, sem dúvida, de respeito de toda “A EQUIPA“ e muito firme com o compromisso!

Lembra-me o Dr. Paulo Moita Macedo, que foi Director Geral dos Impostos (2004-2007), que teve a coragem de fazer uma mudança de paradigma, em que os CONTRIBUINTES, passaram a ser tratados como CLIENTES. Fez toda a diferença, ainda que o preço fosse “o mesmo“…! Diria até, mas, quem é que não prefere ser tratado “como gente“ ao invés de por um “número“…?

Como suporte da minha análise, darei 3 exemplos, que espelham bem, do meu ponto de vista o que descrevi e defendi acima:

1 - A forma firme, frontal e sem “rodriguinhos“ como foi tratada a questão da meia maratona. Há que salvaguardar os interesses de todos, com bom senso mas sem receio de “tomar as decisões“ custe o que custar e doa a quem doer. Liderança é uma ferramenta fundamental na gestão moderna.

2 - Em termos de Responsabilidade Social a abordagem dos chamados “sem abrigo“, indo ao fundo da questão, metendo as mãos “na massa“, indo ao encontro dos mesmos, sem medo dos cheiros ou de sujar as mãos ou os sapatos e reunindo uma “Equipa“ multidisciplinar, motivada e empenhada para resolver o problema. A forma inovadora de tratar o mesmo, não ficando pela abordagem do assunto, fazendo “festinhas”, como infelizmente uma grande maioria dos políticos actuais, mas chegando ao cerne e até ao fim da questão, com criatividade e descoberta de eventuais “soluções“. Chapeau!

3- A correção da ciclovia, entretanto iniciada e que tão mau resultado trouxe à anterior Vereação camarária; tenho para mim, que foi uma das razões que contribuiu e pesou para o seu insucesso, nas últimas eleições. É de bradar aos céus, estrangular uma das entradas principais na cidade, para criar uma infraestrutura, que às vezes, durante semanas a fio, não vê uma única bicicleta … Já agora alguém “pensou“ na quantidade de novos apartamentos, em construção na zona oeste do Funchal? Nos milhares de utentes que vão seguramente, no futuro, sobrecarregar ainda mais esta via de entrada?

Numa empresa a falta de visão estratégica e a realização de determinados investimentos, sem o devido estudo e planeamento, podem conduzir a situações graves, que no limite podem levar à insolvência, com as consequências para os responsáveis e muitas vezes, tristemente, para os trabalhadores.

Na vida pública a punição para “a falta de jeito“, às vezes, vê-se nos votos, é uma das manifestações vibrantes e positivas da democracia. Felizmente!

Desculpem qualquer “coisinha”, mas no fim do dia, quem paga, são sempre os mesmos!

João Abel de Freitas