Mundo

Macron reitera que não está prevista uma adesão acelerada à UE

None

O Presidente francês, Emmanuel Macron, reforçou hoje que não haverá qualquer procedimento de adesão acelerado à União Europeia (UE) para um país em guerra, realçando, no entanto, que o Conselho Europeu deixou claro "o destino europeu" da Ucrânia.

"Precisamos ter muito respeito pelos ucranianos e os seus dirigentes, percebo perfeitamente a emoção, mas o Conselho Europeu enviou uma mensagem forte do destino europeu da Ucrânia, mas podemos ter um procedimento acelerado de adesão para um país em guerra? A resposta é não", disse o chefe de Estado francês, em declarações à comunicação social no fim da cimeira informal que juntou em Versalhes, França, desde quinta-feira, os líderes dos 27 Estados-membros da UE.

Com esta declaração, Macron afastou as informações que tinham circulado nos últimos dois dias sobre uma possível adesão acelerada da Ucrânia, país que enfrenta uma ofensiva militar russa desde 24 de fevereiro.

Tanto o líder francês, como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, frisaram na conferência de imprensa final da cimeira que a Ucrânia "faz parte da família europeia" e que vai continuar a receber apoio humanitário e apoio financeiro de Bruxelas.

Tendo já isolado diplomaticamente a Rússia e aplicado sanções económicas "massivas" ao regime do Presidente russo, Vladimir Putin, os 27 preveem apresentar uma quarta ronda de sanções, num esforço conjunto com o G7 (as sete maiores economias mundiais), segundo indicou Ursula von der Leyen.

"Nada está fora de questão", disse Emmanuel Macron, numa referência às potenciais novas sanções contra Moscovo.

Nesta cimeira informal inevitavelmente marcada pela guerra na Ucrânia, os chefes de Estado e de Governo dos 27 dedicaram o jantar de trabalho de quinta-feira, concluído já hoje de madrugada, a um debate sobre a Ucrânia e às suas perspetivas europeias.

No final de uma discussão que se prolongou por horas -- dadas as diferentes sensibilidades dos Estados-membros em torno da questão da adesão -, os líderes adotaram uma declaração na qual expressam todo o apoio ao "caminho europeu" da Ucrânia e prometem um reforço dos laços, mas sem se comprometerem com qualquer procedimento acelerado para o alargamento.

Recordando que, em 28 de fevereiro, ao quinto dia da invasão russa, e "exercendo o direito da Ucrânia de escolher o seu próprio destino, o Presidente da Ucrânia apresentou a candidatura da Ucrânia para se tornar membro da União Europeia", os líderes apontam que "o Conselho agiu rapidamente e convidou a Comissão a apresentar o seu parecer sobre este pedido, em conformidade com as disposições pertinentes dos Tratados". 

"Até lá e sem demora, reforçaremos ainda mais os nossos laços e aprofundaremos a nossa parceria para apoiar a Ucrânia na prossecução do seu caminho europeu. A Ucrânia pertence à nossa família europeia", prossegue o texto.

A mesma declaração conclui que "o Conselho convidou a Comissão a apresentar os seus pareceres sobre os pedidos da República da Moldova e da Geórgia".