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França recomenda aos seus cidadãos que deixem país "sem demoras"

Foto: EPA/YVES HERMAN
Foto: EPA/YVES HERMAN

A França recomendou hoje que todos os seus cidadãos "saiam sem demoras" da Ucrânia e desaconselhou qualquer viagem à zona fronteiriça do norte e leste ucraniano, as zonas mais expostas ao risco de um conflito com a Rússia.

"No contexto das altas tensões criadas pela concentração de tropas russas nas fronteiras da Ucrânia, pela decisão russa de reconhecer a independência das províncias [separatistas] de Donetsk e Lugansk e tendo em vista o estabelecimento do estado de emergência decidido hoje pelo parlamento ucraniano, os cidadãos franceses na Ucrânia devem deixar este país sem demoras", refere em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros de França.

O governo francês aponta ainda que "não é recomendado viajar para a Ucrânia até novo aviso".

"Qualquer viagem para as áreas de fronteira no norte e leste do país é formalmente desencorajada", realça ainda.

No sábado, a diplomacia francesa tinha recomendado a todos os cidadãos franceses cuja permanência na Ucrânia não fosse imperiosa para "deixarem o país".

"A nossa embaixada continua a trabalhar muito em Kiev para manter a sua colaboração com as autoridades ucranianas", sublinhou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado enviado à agência France Presse (AFP).

A mesma fonte assegurou que a embaixada está "em contacto com todos os franceses" naquele país, numa operação de constante contacto.

"Os nossos 18 observadores da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) continuam o seu trabalho. Também estamos em contacto diário com estes", acrescentou.

Vladimir Putin assinou, na segunda-feira à noite, um decreto que reconhece as autoproclamadas repúblicas de Lugansk e de Donetsk, no Donbass (leste da Ucrânia).

Depois do reconhecimento, Putin autorizou o exército russo a enviar uma força de "manutenção da paz" para Donetsk e Lugansk, fazendo aumentar o receio de uma ofensiva da Rússia no leste da Ucrânia.

O Ocidente acusa Moscovo de quebrar os Acordos de Minsk, assinados por Kiev e pelos separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk, sob a égide da Alemanha, França e Rússia.

Estes visavam encontrar uma solução para a guerra entre Kiev e os separatistas apoiados por Moscovo que começou em 2014, pouco depois de a Rússia ter anexado a península ucraniana da Crimeia.

A guerra no Donbass já provocou mais de 14.000 mortos e 1,5 milhões de deslocados desde 2014, segundo as Nações Unidas.

Em 2014, os separatistas declararam a independência dos territórios ucranianos de Donetsk e Lugansk, que a Rússia reconheceu na segunda-feira, numa decisão vista pelo Ocidente como um sinal de uma nova invasão da Ucrânia.