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Polónia diz conseguir acolher até um milhão de refugiados se houver guerra

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A ministra dos Assuntos Sociais da Polónia, Marlena Malag, afirmou hoje que "o mercado de trabalho polaco pode assimilar" até um milhão de ucranianos deslocados em caso de guerra naquele país.

Segundo Malag, "o desemprego na Polónia é baixo" e, "tendo em conta a situação tensa na fronteira oriental (polaca)", este país poderia "absorver um grande número de imigrantes" da Ucrânia.

A ministra destacou que a Polónia já recebe atualmente "cerca de um milhão" de trabalhadores de forma "sazonal e cíclica" via Ucrânia, país que não pertence à União Europeia (UE) mas que conta com um regime especial no âmbito da lei laboral polaca.

Depois de recordar que, segundo dados oficiais, existem cerca de 620.000 cidadãos ucranianos a residir na Polónia, a ministra indicou que este número "na realidade" poderia ser muito superior, "pois nem todos (os migrantes ucranianos) têm contratos" de trabalho, e explicou que a maioria deste grupo trabalha no setor da construção.

Devido à tensão na Ucrânia, vários países, incluindo Portugal, pediram aos seus cidadãos para saírem do país e, por exemplo, os Estados Unidos estabeleceram há duas semanas, em território polaco, um centro de acolhimento para os norte-americanos procedentes da Ucrânia.

Por sua vez, as autoridades regionais polacas pediram aos municípios das maiores cidades que preparassem instalações e recursos para abrigar os ucranianos que, em caso de guerra, possam refugiar-se na Polónia.

O vice-ministro do Interior da Polónia, Maciej Wasik, defendeu, em janeiro, que "se houver uma guerra na Ucrânia", o Governo de Varsóvia deve estar preparado para a chegada de refugiados, "pessoas que estarão a fugir do inferno, da morte e de atrocidades", garantindo que a Polónia prestará ajuda "ao abrigo dos princípios da cultura europeia, civilizada e cristã".

Estimativas não oficiais sugerem que quase dois milhões de cidadãos ucranianos estão estabelecidos na Polónia, cujo Governo é, entre os da União Europeia, o que concedeu mais autorizações de trabalho a pessoas de países não pertencentes ao bloco comunitário nos últimos quatro anos.