Crónicas

Caminhos Velhos

Zeca Afonso já cantava que “Só se lembra dos caminhos velhos. Quem tem saudades da terra” e cada regresso a casa devolve a alegria de poder calcorrear esta terra que me viu nascer e crescer. Poder partilhar a Madeira com os meus, na ingenuidade de acreditar que o tempo parou na minha ausência, leva-me a redescobrir o melhor que ainda temos e que nem sempre apreciamos devidamente. A Madeira tem tanto para oferecer, que os repetentes são mais que muitos e poucos não são aqueles que a adoptam de coração e de habitação. Neste Verão deixo o desafio para que se percam nessa procura dos “caminhos velhos”, para trocar as voltas ao tempo e quem sabe encontrar alguém que ficou lá para trás e partilhar uma boa conversa e o recordar de boas memórias. Faz parte do ser ilhéu conhecer as curvas desta terra, subir aos seus altos mais altos que as nuvens e molhar os pés nos baixos mais salgados pela maresia. Que as pernas obedeçam, que o fôlego permita e que a vista alcance o que fomos bafejados receber como herdeiros (e responsáveis) deste efectivo tesouro no Atlântico. A Madeira é mesmo aqui, não é slogan para turistas.