Madeira

Muito estranho

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Boa noite!

Há factos que nos obrigam a pensar, a tentar ver para além do óbvio, o que nem sempre é fácil, tal a quantidade de dados a processar em cada minuto e a diversidade de frentes susceptíveis de escrutínio.

Detenho-me em três pormenores de outras tantas notícias de hoje.

. A Alemanha e o Reino Unido não querem misturas turísticas neste contexto ainda muito pandémico. Basta que um acenda o verde para que o outro accione o vermelho. Nesta briga europeia, quem vive do sector, sobretudo em destinos como o nosso em que ambos os mercados emissores valem muito, desespera com tanta incerteza. Não há diligências que nos valham quando dependemos de gente nem sempre bem humorada.

. O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa deu razão ao jornalista madeirense Filipe Santos Costa que, no ano passado, ao optar por fazer jornalismo por conta própria, num novo formato e sem ligação a qualquer meio de comunicação social foi condenado pela Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ). Esta entidade, à qual cabe, entre outras funções, apreciar o cumprimento de princípios básicos do jornalismo por parte de quem é portador de carteira profissional decidiu aplicar-lhe uma coima de mil euros e determinou o seu impedimento de exercer a actividade de jornalista, por julgar que um podcast feito para o PS, intitulado ‘Política com Palavra’, atentava contra a profissão. A julgar pela sentença arrasadora e da qual a CCPJ não recorreu, o que a terá levado a apresentar opiniões como se fossem factos, cometendo assim uma das falhas mais graves que podem ser imputadas a um jornalista? Terá sido distração, má-fé, incompetência ou súbito desejo de assassinato de carácter de um profissional que com os trabalhos que efectuou deu notícias a vários meios? Que credibilidade tem este organismo para exigir aos outros o que não cumpre e pior, sem esperar pelo recurso do jornalista, tudo fez para que a condenação inicial tivesse grande impacto mediático? Aguardam-se explicações convincentes antes que haja mais jornalistas indevidamente queimados na fogueira dos ajustes de contas.

. O Nacional não tem treinador. Sérgio Vieira já era, sem se sequer ter orientado um treino que fosse, alegadamente por “motivos pessoais”, justificação que, por ser tão generalista e nada dizer, permite todo o tipo de especulações. Estranha-se que a objectividade tão intrínseca ao futebol não seja uma prática transversal na vida dos clubes. Um problema que, comprovadamente, não se resolve só com eleições.