“Naufragado” mas bem agarrado às “bóias”

O Ministro da Administração Interna (MAI) que no último debate parlamentar parecia ser da “saúde” já que se limitou a falar da pandemia da covid19 e da cerca sanitária em Odemira ignorando a outra “pandemia” que atinge os trabalhadores imigrantes sujeitos a condições degradantes de habitação, trabalho e objeto de eventual tráfico humano, perante o silêncio e a inação quer da respetiva autarquia quer do Governo ambos do PS. Irónica contradição entre o que se passa na prática em Odemira e as boas intenções que encheram a Cimeira Social da UE no Porto presidida pelo socialista António Costa (AC), que tem como metas sociais para a UE até 2030: 1. taxa de emprego de 78%; 2. 60% dos adultos a fazer formação anual; 3. redução em 15 milhões de pessoas, das quais 5 milhões de crianças, em risco de exclusão social ou pobreza. Recuemos a Nov/2020 e ao que disse AC para atingir tal desiderato quando afirmou que “é muito importante a distinção entre Europa de valores e Europa de economias, porque a incompreensão desta distinção levou, seguramente, à saída do Reino Unido, que via na UE uma plataforma de geração de valor, mas não algo que resultasse de partilha de valores fundamentais”. Segundo a teoria de AC a economia e a geração de valor pouco contam para atingir as metas acima referidas de incremento ao emprego e redução da pobreza e não são determinantes empresários empreendedores e empresas economicamente viáveis, apenas e só a partilha de “valores fundamentais”, certamente os mesmos valores que nos últimos 20 anos de sucessivos governos do PS têm sido “partilhados” com os portugueses, que nos levaram quase à bancarrota e nos mantêm na cauda da UE. Perante o pedido do CDS para que se demitisse o MAI retorquiu que o CDS era um partido “naufragado”. Também o MAI está há muito “naufragado” mas bem agarrado às “boias” que AC lhe vai lançando a cada “naufrágio” seja Odemira, as trapalhadas do SEF ou golas anti-fumo inflamáveis.

Leitor identificado