Madeira

“Saibamos honrar o que fomos, saibamos merecer o por vir”

O maior poeta português contemporâneo, José Tolentino Mendonça, também ‘marcou presença’ no Dia do Concelho de Machico, através do JPP

Emanuel Gaspar, o único eleito do JPP em Machico, coube as honras de inaugurar os discursos por ocasião do Dia do Concelho, hoje assinalado.

Trocou o cunho político pelo registo histórico para “lembrar a resiliência do povo de Machico”. Apontou como exemplo primeiro a luta do povo contra “o grave surto de cólera de 1910-1911, aceitando, maioritariamente, a imposição de medidas de controlo da circulação de pessoas, proibição de festas e outros eventos que resultassem em grandes ajuntamentos de cidadãos e isolamento obrigatório dos infectados”. Episódio para enaltecer a solidariedade e a entreajuda dos machiquenses.

“Numa altura conturbada social e politicamente, o povo de Machico soube lutar heroicamente contra esta terrível doença contagiosa”.

Lembrou também alguns dos notáveis quase esquecidos, para afirmar a liberdade e a tolerância que importa reafirmar.

Por isso, “neste dia que é de festa, mas também de reflexão sobre o futuro e de consciência de um passado, saibamos honrar o que fomos, saibamos merecer o por vir, saibamos, sobretudo, ter a inteligência e a sensibilidade de fazer do nosso percurso um fiel depositário da nossa grandiosa história, e um alicerce sólido e pensado do nosso futuro comum e do sucesso que merecemos, queremos e somos capazes de alterar”, manifestou.

O autarca do JPP fez questão de terminar a intervenção, aplaudida por todos, com um poema “do maior poeta português contemporâneo, José Tolentino Mendonça, chamado Levada do Castelejo”.

À margem da cerimónia, Emanuel Gaspar justificou o discurso de enaltecimento de Machico e das suas gentes em vez de entrar em guerras político-partidárias, por pessoalmente entender que o dia do município, é dia de festa e de valorizar os feitos e a história de Machico.