Madeira

Máquinas ‘rapid’ desligadas no Aeroporto da Madeira

Passageiros com passaporte do espaço Schengen ‘travados’ no desembarque

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O não funcionamento, esta manhã, das máquinas de leitura dos passaportes electrónicos no espaço destinado aos desembarcados provenientes de fora do espaço Schengen – caso dos cinco voos com origem no Reino Unido - no Aeroporto Internacional da Madeira, deixou alguns passageiros agastados, uma vez que implicou terem de aguardar em fila de espera até passarem pelo controlo de Estrangeiros e Fronteiras. Um dos passageiros, que aguardou mais de meia hora até ao controlo assegurado por três inspectores do SEF, testemunhou ao DIÁRIO a razão do descontentamento.

“As máquinas de leitura dos passaportes electrónicos não estão em funcionamento, o que está a provocar uma longa fila para chegar ao controle de passaporte, que chegou à parte exterior da infra-estrutura aeroportuária”, revelou.

Minutos depois, ao ser questionado se este constrangimento era resultado da greve, o delegado do Sindicato dos Inspectores de Investigação, Fiscalização e Fronteiras (SIIFF), Carlos Costa, esclareceu que o sistema automático desligado não se devia à greve, mas à gestão dos parcos recursos do SEF.

“O problema das máquinas ‘rapid’ é que ele serve para cidadãos comunitários, cidadãos do espaço Schengen. Ora o Reino Unido já saiu da União Europeia, logo os cidadãos do Reino Unido não estão permitidos a passar lá (máquinas de leitura dos passaportes electrónicos)”, explicou. Acresce que para ter o sistema aberto o SEF tem de ter um elemento destacado para o efeito”, esclareceu. Carlos Costa admitiu que por vezes acontece, não havendo inspectores suficientes para assegurar, em simultâneo, o controlo presencial normal e as máquinas ‘rapid’ “é preferível” este último estar desligado “do que retirar uma pessoa do controlo efectivo” para colocar nas máquinas.

No caso de hoje, admitiu que os passageiros dos cinco voos provenientes do Reino Unido que poderiam passar pelas máquinas ‘rapid’ era residual.

A título de exemplo, lembrou que “antes da do Brexit, num voo que chegasse do Reino Unido, 95% dos passageiros poderiam passar na máquina – não passavam, mas poderiam passar. Na actual situação decorrente da saída do Reino Unido da União Europeia, só 5% a 10% dos desembarcados poderão passar pelo ‘rapid’, se tanto”.

Como tal só é eficaz para cidadãos com passaporte de países do espaço Schengen, conclui ser “contraproducente gastar um recurso humano, quando já são tão escassos, numa posição para ver pessoas onde a esmagadora maioria não pode passar pelo sistema ‘rapid’”, explicou.