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“UE deve envidar esforços para inverter as tendências de despovoamento”

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Quem o diz é Sara Cerdas, eurodeputada do PS, no âmbito do debate do Parlamento Europeu sobre como se poderá inverter as tendências demográficas nas regiões da União Europeia, utilizando os instrumentos da política de coesão.

Sara Cerdas considera que as actuais tendências demográficas que se observam na UE constituem um problema a diferentes níveis e que é urgente envidar esforços para inverter e criar condições para combater este fenómeno.

“Tendo em vista a fixação das populações em regiões de baixa densidade populacional, é preciso desenvolver soluções que promovam a atracção e retenção das populações, em especial dos jovens”, afirma, para continuar: “Precisamos de uma estratégia adequada para o desenvolvimento destas regiões, que proporcionem oportunidades, boas acessibilidades, acesso a serviços, empregabilidade, oferta formativa e educacional.”

A eurodeputada aponta que as autoridades regionais devem poder utilizar recursos, em concreto os instrumentos da política de coesão, para melhorar os serviços e infraestruturas, para incentivar o empreendedorismo e atrair trabalhadores jovens e qualificados.

“A política de coesão é fundamental para alavancar projectos ao nível local e regional, aliados aos objectivos climáticos e digitais da União, que tenham como fim garantir oportunidades iguais em todas as regiões da União”, atesta.

O problema do despovoamento “deve ser visto de forma global, mas as acções deverão ser implementadas ao nível local, com especial atenção para as áreas em que o clima é mais adverso e em que o acesso aos serviços é limitado ou inexistente, sem esquecer as especificidades dos territórios de baixa densidade populacional, assim como as Regiões Ultraperiféricas. Estas últimas sofrem duplamente com este fenómeno, quer seja com fluxos de migração internos, quer seja para com a placa continental.”

O relatório apresentado apela à Comissão Europeia e aos Estados-membros para um “Acordo sobre a Demografia” e salienta que a UE já está a canalizar fundos para melhorar os serviços de saúde, educação, ligação à Internet e ajudar os sectores mais afectados pela crise de saúde pública.