No dia 20 de Abril 2021 vi a notícia de que foi descoberta uma nova espécie de insecto na Madeira, logo uma nova espécie endémica da Madeira (se não estiver em erro).

É uma boa notícia, termos a investigação científica activa na Madeira, valorizando o nosso território e a descoberta de coisas que só podem acontecer numa ilha que esteve “fechada” ao Mundo durante milhares de anos (supostamente, pois parece que povos como os Vikings poderão ter-se deparado com a nossa ilha).

Ora com isto aproveito para perguntar se não acham macabro e cruel o que estão a fazer com o pombo torcaz, uma espécie endémica da Madeira.

O abate indiscriminado, por quem calhar, é feito no argumento que estão a destruir as culturas agrícolas, embora pelo que percebi estes agricultores recebiam um subsídio para tais prejuízos.

Em vez de se exterminar o pombo, que tal perceber o porquê de ele o fazer? Não sou de todo entendido em matérias de comportamento animal, mas parece lógico que o pombo não iria se aventurar próximo do humano para comer, sabendo que corre risco de vida. Se o faz é porque não terá alternativa, pois o seu habitat está a ser invadido e reduzido pela acção humana, e muito provavelmente para terrenos agrícolas.

E uma redução drástica deste pombo, que impacto terá no ecossistema frágil que temos?

Ninguém fala sobre isso, mas imagino que este pombo esteja bem estudado, por ser endémico da nossa fauna.

É um erro tremendo o controlo da população do pombo-torcaz (ou é trocaz?) deixar de ser feita exclusivamente pelos vigilantes do parque natural da Madeira. Tal medida revela de facto ignorância sobre a fauna e flora da Floresta Laurissilva e a falta de noção da sua importância para a sobrevivência desta Ilha.

Acho que seria importante que os grupos científicos que estudam e caracterizam a fauna e flora da Ilha que se chegassem a frente com factos para educar a população e principalmente o pessoal do governo para o desastre que se adivinha com estas medidas que dilaceram o coração da Laurissilva.

R.N.