Será que o penálti foi roubado?

Na entrada triunfal em Jerusalém JESUS disse: Os teus inimigos não deixarão pedra sobre pedra, pois rejeitaste a oportunidade que Deus te ofereceu. Mas este título é que nem de propósito para um povo que é capaz de sair à rua com um buzinão ou protesto pelo facto do seu clube do coração andar fora dos lugares cimeiros, ou porque os árbitros não decidiram a seu favor, ou os comentadores dos inúmeros programas desportivos são parciais e defendem os seus clubes contra os rivais, tudo isto gera uma enorme inconformidade e revolta na maioria dos portugueses. No entretanto, por exemplo: andamos a pagar combustíveis ao preço que nem nos tempos do barril de petróleo mais alto (140 Dólares o barril) e que a gasolina custava então 1.47 € litro. Atualmente o barril de crude custa (69$ Dólares), pagamos a gasolina (1,486 €). Ninguém sai à rua protestar, talvez porque as restrições da pandemia não nos permite, mas até são capazes de vociferar até na hora de pagar e o (coitado) do funcionário da bomba é que leva por tabela, mas de resto nem um pio. Ao menos se tivéssemos a coragem de reduzir ao máximo o consumo evitando o abastecimento em sinal de protesto, seria talvez uma fórmula evidente de mostrar às autoridades deste país o nosso desagrado e se aperceberam de que os cidadãos estão alerta, mas nada! Imaginem-se só! Prepara-se um novo imposto para fazer frente á pandemia. Á! não sabiam? Parece que até lhe querem por um nome pomposo: TAXA TOBIN. A Taxa Tobin foi criada por James Tobin em 1971 com o objetivo de limitar o fluxo de capitais especulativos e estabilizar o sistema monetário. Mas afinal a corrupção neste país já não é mais do que especulativa que até os parceiros europeus já nos chamam de lideres europeus da corrupção! Os sucessivos casos de corrupção que proliferam por este país ao longo destas já mais de 4 décadas de «democracia». Cheira por aí novos casos e está fazendo anos de um dos tantos casos que despoletou na opinião pública desta terra e que se perderam nos corredores da «justiça». O caso “Cuba Livre” teve por base um inquérito mandado instaurar a 28 de setembro de 2011, isto só para recordar. Até da já preparada corrida ao tão desejado assalto á bazuca europeia que para quem não sabe é uma carrada de milhões (45 MIL MILHÕES) DE EUROS, disponibilizados para fazer frente à catástrofe criada pelo caso COVID, e que mais cedo ou mais terá será novamente o povo que trabalha e paga impostos, a suportar essa pesada herança. Estamos perante a maior catástrofe económico/financeira de que há memória no nosso país, mesmo em situação referente às das duas guerras mundiais anteriores. Vivemos constantemente de mão estendida à Europa como os miseráveis pedintes. Um povo que infelizmente, enganado, desmotivado, desiludido, indignado e revoltado mas que não sente proteção pelas suas angustias e seus anseios pois foi literalmente abandonado por todos os que duma maneira ou doutra deveriam ter sido os garantes e defensores dos seus direitos, liberdades e garantias consagrados na Constituição da República, mas que lamentavelmente por falta dessa cultura democrática, pois a democracia não formou os cidadãos para a verdadeira construção e participação numa autêntica democracia, deixou-se iludir por promessas duma classe política sem escrúpulos que à conta dessa ingenuidade do povo, aproveitando-se da liberdade, sequestraram a democracia, legalizaram o roubo e institucionalizaram a corrupção. Agora a ingenuidade converteu-se em ignorância e com ela o povo continua a sustentar a corrupção e a cavar a sua própria sepultura na miséria. Será que estaremos condenados à eterna cleptocracia sem fim à vista? Agradeço uma vez mais a oportunidade que o DN dá aos leitores para expressarem os suas ansiedades e espero que este meu desabafo não agrave a situação ao seu actual diretor. Porque temos de inventar a coragem para ter um país digno, pois o povo sente que Portugal quer justiça.

A. J. Ferreira