Eleições Autárquicas Madeira

PS/Madeira recandidata presidentes das quatro câmaras que lidera

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Os quatro presidentes de câmara do PS na Região Autónoma da Madeira vão recandidatar-se nas eleições autárquicas deste ano, disse hoje à Lusa o líder regional do partido, adiantando que já estão escolhidos oito dos 11 cabeças de lista.

"A prioridade é a reconquista das câmaras onde somos poder", disse Paulo Cafôfo, em entrevista à agência Lusa, referindo-se a Miguel Gouveia (independente eleito por uma coligação liderada pelo partido, no Funchal), Célia Pessegueiro (Ponta do Sol), Ricardo Franco (Machico) e Emanuel Câmara (Porto Moniz).

Em articulação com as concelhias, que já sufragaram as candidaturas, "mesmo em tempo de pandemia", estão escolhidos também Sofia Canha (Calheta), Olga Fernandes (Ribeira Brava), Helena Freitas (São Vicente) e Miguel Brito (Porto Santo), adiantou ainda.

Cafôfo acrescentou que estão por "fechar" os processos relativos a três concelhos, designadamente, Santana e Santa Cruz, únicos municípios na Madeira governados pelo CDS-PP e pelo JPP, respetivamente, e Câmara de Lobos (PSD).

O PS apresenta "três estreias, três caras que nunca estiveram à frente de candidaturas do partido", entre os quais os deputados regionais Miguel Brito e Olga Fernandes, "cujo trabalho é reconhecido".

A advogada Helena Freitas, presidente da concelhia de São Vicente, no norte da Madeira, tem a missão de fazer "renascer o PS" naquela localidade, onde o "partido praticamente desapareceu" nas autárquicas de 2017, disse.

"Queremos reconquistar as nossas câmaras e aumentar a representatividade do PS nos outros concelhos", reforçou o presidente do PS/Madeira, argumentando que nestes municípios o partido vai "apresentar projetos e não marcar só presença para não ter falta de comparência".

Cafôfo sublinha que o objetivo nestas autárquicas, a realizar em setembro ou outubro, é "fazer a diferença" e apresentar "projetos alternativos aos que estão vigentes" nos concelhos que em que o PS não é governo, salientando que, presentemente, "53% dos madeirenses são governados por câmaras do PS".

O líder regional do PS destacou o facto de haver já quatro mulheres a encabeçar as candidaturas autárquicas do PS/Madeira, sublinhando que o "processo ainda não está fechado".

Sobre a lista do Funchal, o partido vai insistir no projeto que esteve na "génese" da governação, uma coligação, que começou por denominar-se 'Mudança' e que encabeçou em 2013, conseguindo retirar a maioria que o PSD sempre detivera na "capital da Madeira".

O projeto foi renovado em 2017 com o projeto Confiança, composto por PS, BE, PDR e Nós Cidadãos!.

Paulo Cafôfo adiantou que está em fase de constituição uma nova coligação para as próximas autárquicas neste concelho, "o mais alargada possível", projeto que "ainda não está fechado", porque as forças políticas estão em negociações com as estruturas nacionais dos respetivos partidos.

Este projeto, encabeçado por Miguel Silva Gouveia, que substituiu Cafôfo quando este passou a líder do PS/Madeira, visa "fazer face aquilo que é uma tentativa do PSD de reconquistar a câmara", realçou, com uma possível coligação com o CDS.

Cafôfo referiu-se ainda a Pedro Calado, apontado por alguns órgãos de comunicação social como o candidato do PSD no Funchal, mas que oficialmente o partido não anunciou, afirmando que o atual vice-presidente do Governo Regional "não tem projeto para a cidade" e "deixou mais de 100 milhões de euros [na Câmara do Funchal] de dívidas que a coligação herdou e resolveu".

Pedro Calado foi vereador e vice-presidente do município do Funchal durante a governação do concelho do PSD liderada por Miguel Albuquerque, atual chefe do executivo madeirense.

Cafôfo referiu também o empenho do PS para reconquistar o Porto Santo, uma vez que o atual presidente, do PSD, Idalino Vasconcelos, já anunciou que vai abandonar a vida política e criticou a falta de apoio que sentiu do partido durante a sua governação.

O presidente dos socialistas madeirenses afirmou que pretende, "no mês de abril, ter fechado todo este processo, para conseguir construir as linhas do programa".

De acordo com os dados da Comissão Nacional de Eleições (CNE), na Madeira, nas eleições de 2017, o PSD alcançou 33,62% dos votos, a coligação Confiança 17,03%, o PS 12,07%, o JPP 10,17%, o CDS 9,02%, grupos de cidadãos 5,51% e o PCP 2,40%.

O PS passou a governar quatro municípios (Funchal, Porto Moniz, Ponta do Sol e Machico), enquanto o PSD assegurou Porto Santo, Câmara de Lobos e Calheta. Santa Cruz permaneceu nas mãos do JPP e Santana nas do CDS. Na Ribeira Brava e São Vicente venceram movimentos de cidadãos.