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Ataque dos EUA na Síria com apoio republicano e críticas de democratas

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Foto AFP

O bombardeamento norte-americano no leste da Síria contra milícias iraquianas pró-Irão, o primeiro do género decidido pelo Presidente Joe Biden, foi criticado por membros do partido democrata e apoiado por republicanos. 

Tim Kaine, senador democrata (Estado da Virgínia), sublinhou que "não é constitucional a ação militar ofensiva sem apoio do Congresso, salvo em circunstâncias extraordinárias".

Na mesma linha, outro senador do partido do presidente, Chris Murphy (Connecticut) reforçou que é necessária aprovação do Congresso para "ataques retaliatórios não necessários à prevenção de uma ameaça iminente".

Já o senador republicano Jim Inhofe (Okahoma), membro da Comissão das Forças Armadas no Senado, considerou a ação na Síria "uma resposta correta e proporcional para proteger vidas americanas".

A Força Aérea norte-americana bombardeou ontem de manhã posições e um carregamento de armas de milícias iraquianas apoiadas pelas Forças de Mobilização Popular e pelo Kataib Hezbollah.

Várias fontes situaram o número de vítimas mortais na ação entre apenas uma e até 22, enquanto o Kataib confirmou uma baixa nas suas fileiras.

O Pentágono descreveu a operação como "defensiva", informando que foram destruídas "múltiplas infraestruturas localizadas num posto de fronteira usado pelas milícias apoiadas pelo Irão".

A operação norte-americana "foi autorizada em resposta a ataques a militares norte-americanos e da coligação no Iraque" disse o Pentágono, referindo-se à coligação internacional contra o grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI), liderado pelos Estados Unidos e com presença no Iraque e na Síria.

Os ataques contra infraestruturas norte-americanas no Iraque aumentaram desde que os Estados Unidos mataram em janeiro de 2020 um poderoso general iraniano, Qassem Suleimani, e um comandante iraquiano de milícias pró-iranianas num ataque aéreo no aeroporto de Bagdad.

Washington responsabilizou diretamente o Kataib Hezbollah por esses ataques às suas instalações e pessoal, mas o grupo nega as acusações e ameaçou hoje os EUA com uma "vingança".

O Governo sírio criticou como uma "agressão" o ataque aéreo dos Estados Unidos no leste da Síria contra milícias pró-Irão, que considerou um sinal de "mau presságio" em relação à política da nova administração norte-americana de Joe Biden.

O "ataque cobarde na província de Deir Ezzor perto da fronteira entre a Síria e o Iraque (...) trará consequências", adianta o ministério, segundo a agência síria SANA.

Moscovo, um dos principais aliados do regime sírio a par de Teerão, condena "categoricamente" o ataque e pede "respeito incondicional pela soberania e integridade territorial da Síria", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova.

Sugerindo que os Estados Unidos já não têm intenção de sair da Síria, apesar da retirada anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, Lavrov disse: "É muito importante para nós entendermos qual será a linha estratégica dos Estados Unidos no terreno e na região".