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Senado absolve Trump apesar de votos favoráveis de sete Republicanos

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O Senado dos Estados Unidos da América absolveu hoje o anterior Presidente, Donald Trump, de incitação à revolta no Capitólio, pondo fim ao processo de destituição.

Pouco mais de um mês depois da invasão do Capitólio, que causou cinco mortos, a votação foi de 57-43, abaixo dos dois terços necessários para o 'impeachment' no Senado.

Sete Republicanos votaram para que Trump fosse declarado culpado, o que representa o maior número de sempre de senadores do partido de um Presidente alvo de destituição.

Donald Trump já se congratulou com o resultado e disse que o seu movimento "ainda agora começou".

Numa extensa declaração, o ex-Presidente agradeceu aos seus advogados e defensores na Câmara e no Senado, e afirmou ter cumprido "orgulhosamente" a Constituição e os "princípios legais sagrados" do país.

Minutos após a votação, que absolveu Donald Trump, o líder da minoria Republicana no Senado, Mitch McConnell, disse que não há "nenhuma dúvida" de que o ex-Presidente foi, "na prática e moralmente, responsável por ter provocado" o ataque ao Capitólio dos EUA.

Porém, McConnell explicou que não votou para a destituição de Trump, porque este "não é constitucionalmente elegível" para tal, porque já não é Presidente.

Segundo o senador, uma condenação teria criado um precedente "perigoso", dando ao Senado o poder de condenar rivais políticos, impedindo-os, assim, de ocuparem futuros cargos.

McConnell acrescentou que o 'impeachment' é uma ferramenta de "recurso para um fim restrito".

Por seu lado, o líder Democrata Chuck Schumer disse que o voto para absolver Donald Trump será visto "como um voto de infâmia na história do Senado dos Estados Unidos".

Schumer aplaudiu os sete Republicanos que se juntaram à votação dos Democratas para condenar Trump.

O senador considerou ainda que o dia 06 de janeiro, data da invasão do Capitólio, foi o "legado final, terrível" de Trump e acrescentou que a mancha das suas ações nunca será "lavada".

Os Democratas encerraram o caso contra Donald Trump hoje, ao desistirem de um plano de última hora para o depoimento de testemunhas, que poderia ter prolongado o processo e atrasado um veredito.

Democratas e Republicanos acabaram por chegar a um acordo para que fosse registada uma declaração de um legislador Republicano sobre um telefonema acalorado no dia do motim, entre Trump e o líder da minoria na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, segundo a qual os Democratas estabeleceram a indiferença de Trump perante a violência.

Na quinta-feira, os procuradores Democratas pediram a condenação de Trump, mostrando imagens de vídeo que procuravam fazer uma relação direta entre as declarações públicas do ex-Presidente, denunciando fraude eleitoral nas presidenciais de 03 de novembro de 2020, e a ação da multidão que atacou o Capitólio, em 06 de janeiro passado, provocando cinco mortes no próprio dia e ondas de choque que se continuam a fazer sentir.

Na sexta-feira, decorreu a apresentação dos argumentos de defesa, a cargo de uma equipa de três advogados contratados por Trump, que acusaram os Democratas de quererem "vingança política".

No passado dia 13 de janeiro, Donald Trump tornou-se no primeiro Presidente na história dos Estados Unidos a ser alvo de dois processos de 'impeachment'.

Mais de 230 democratas, mas também 10 republicanos, votaram a favor, acusando Trump de ter incitado os seus apoiantes a invadir o Capitólio.

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