Coronavírus Madeira

“A restauração nunca esteve tão em alta como agora”, diz Márcio Nóbrega

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Márcio Nóbrega é o presidente da Mesa de Hotelaria e Similares da ACIF, que acaba de tomar posse. Guilherme Silva e o chefe Júlio Pereira também integram esta mesa, que já não tinha representação há vários meses.

Márcio Nóbrega sublinhou os problemas mais prementes, sobretudo no sector da restauração, e que se relacionam com a falta de mão de obra; higiene, segurança e adaptação dos espaços, devido à Covid-19; e o IVA da restauração.

O presidente da Mesa afirma que a falta de mão de obra é uma realidade trazida pela pandemia, quando com o encerramento dos espaços de restauração ditou que muitos trabalhadores procurassem trabalho em outras áreas, percebendo entretanto que não precisam de trabalhar nos fins de semana ou feriados - e sendo actualmente difícil atrair funcionários para o sector da restauração. Para Márcio Nobrega, que defende que a restauração é um sector bem remunerado, “em média com um ordenado de mil euros”, o problema da falta de mão de obra poderá ser resolvido com uma valorização da carreira e salários mais elevados.

“A restauração nunca esteve tão em alta como agora”, disse também o presidente da mesa de hotelaria e similares da ACIF. Isto porque o período de confinamento permitiu que as famílias poupassem em gastos extra, dinheiro que têm agora disponível para gastar: “Recuso reservas porque não tenho capacidade de servir”, revelou ainda.

Júlio Pereira concorda e acrescenta que este problema da falta de mão de obra não é exclusivo da restauração, mas também da hotelaria, do comércio, entre outros.

Já o presidente da ACIF, Jorge Veiga França, acrescentou que reuniu com o Instituto de Emprego da Madeira para identificar o problema, especialmente quando se “fala em números tap altos do desemprego” na Região. Um trabalho em conjunto entre o Instituto do Emprego e qualificação profissional para formar mais pessoas nesta área, é um cenário que está a ser trabalhado, revelou. Se o problema não se resolver, acrescentou ainda, será necessário procurar trabalhadores para este sector no exterior.