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EUA-China procurará reduzir tensões após ano conflituoso

Foto EPA/Oliver Contreras
Foto EPA/Oliver Contreras

O Presidente dos EUA, Joe Biden, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, vão reunir-se numa cimeira virtual na segunda-feira, com a Casa Branca a dizer que o objetivo primeiro é reduzir as tensões bilaterais.

O Governo dos EUA está a tentar baixar as expectativas para a cimeira com o líder chinês, com Biden a sublinhar que os dois países precisam de, antes de tudo o mais, criar mecanismos de defesa em áreas de conflito cada vez mais difíceis nas relações bilaterais.

"Os dois líderes discutirão maneiras de administrar com responsabilidade a concorrência entre os Estados Unidos e a República Popular da China, bem como maneiras de trabalhar juntos onde os nossos interesses se alinham", disse a assessora de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, num comunicado em que confirmava a cimeira.

"Durante todo o processo, o Presidente Biden deixará claras as intenções e prioridades dos EUA e será claro e franco sobre as nossas preocupações", disse Psaki.

O acordo para realizar esta reunião - a primeira por videoconferência desde que o Presidente norte-americano tomou posse em janeiro - foi anunciado no início de outubro pela Casa Branca.

O assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, e o assessor de política externa chinês, Yang Jiechi, já chegaram a um acordo sobre o modelo desta cimeira e reuniram-se em outubro para conversas prévias, em Zurique.

Biden e Xi já falaram pelo telefone duas vezes e esta cimeira surge como mais uma oportunidade para as duas superpotências continuarem o diálogo, numa altura em que as relações entre Pequim e Washington se encontram em mínimos sobre uma série de questões, desde o comércio aos direitos humanos, passando pelas ambições regionais da China.

Xi ainda não saiu da China, durante a pandemia do covid-19, e, por isso, foi proposta uma cimeira em formato virtual para que os dois líderes tenham uma reunião substantiva sobre as diferentes áreas em que os dois países continuam a divergir.

Nos últimos meses, vários episódios revelaram uma escalada de tensão entre os dois países, com acusações mútuas de falta de vontade política para uma aproximação diplomática.

Biden não amenizou as suas críticas a Pequim pelos abusos dos direitos humanos contra minorias étnicas no noroeste da China, pela repressão sobre as manifestações pró-democracia em Hong Kong e pela resistência na cooperação com as investigações sobre as origens da pandemia de covid-19.

Do lado chinês, as tensões foram exacerbadas com dezenas de incursões militares chinesas junto de Taiwan, que Pequim considera ser parte do seu território.

Biden, na recente cimeira do G20, em Roma, e novamente na reunião climática da ONU, COP26, em Glasgow, criticou Xi por não comparecer aos encontros onde os líderes mundiais discutiram o caminho a seguir na pandemia e as medidas para aliviar o impacto da mudança climática.

"Acho que foi um grande erro, francamente, da parte da China ... não aparecer", disse Biden em Glasgow.

Hoje, na cimeira virtual do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (AOEC), Biden e Xi estiveram ausentes.