Turismo Madeira

Rui Constantino alerta para importância da vacinação para travar quebras nos mercados que procuram a Região

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Helder Santos / ASPRESS

Rui Constantino estima que, a nível nacional, o contributo do sector do turismo reduziu para 8% do PIB, com uma redução do emprego de 16%, devido à pandemia. O VAB reduziu 25% na Região, ou sejam no Valor Acrescentado Bruto.

Rui Constantino, economista chefe do Santander, fala no primeiro painel, numa apresentação denominada ‘Visão Macro económica da resiliência do sector’, na Conferência Anual do Turismo, que decorre no Centro de Congressos da Madeira.

As medidas tomadas pelas autoridades, do ponto de vista sanitário, transmitem “uma sensação de segurança adicional”, “Isso é extremamente importante no contexto que vivemos”, ressalvou o economista.

A receita por quarto disponível está em recuperação, com os dados de Agosto a ultrapassarem os níveis existentes anteriormente. Os hotéis com taxas de ocupação “decentes” mostram a dinâmica de recuperação. A estratégia na Região foi a mesma que a do país, ou seja, reduzir a disponibilização de camas, sendo um cenário que tem vindo a reverter-se.

Cerca de 60% dos turistas chega a Portugal de países da Europa central, cujas taxas de vacinação ficaram aquém do desejado, o que merece especial atenção. Isto pode significar que existam confinamentos pontuais o que, consequentemente, levará a menor operação turística.

A redução do endividamento das empresas permitiu a criação das linhas covid e das moratórias. A taxa de margem bruta de exploração estava em crescimento antes da pandemia, com taxas de 21% na Região, o que dava uma “capacidade de resistência” brutal. Em 2020 houve uma quebra, por motivos óbvios. Já a taxa de investimento permaneceu uma vez as que as empresas utilizaram o tempo em que não estiveram a laborar para proceder a obras de melhoria.

“O sector financeiro apoia os bons projectos”, frisou Rui Constantino. O economista ressalvou que a pandemia criou linhas covid com 35% dos montantes a serem destinados ao sector do turismo. As empresas tinham necessidade de liquidez e, se a sua situação económico-financeira fosse estável, era possível obter o apoio. Isso só foi possível com os esforços após a crise.

O economista frisou que em 2023 haverá taxas de crescimento mais baixas do que em 2023. No entanto, a taxa de vacinação será importante porque podem ou não representar confinamentos e eventuais quebras nos mercados que procuram Portugal e a Madeira.

O Plano de Recuperação e Resiliência deve ser usado para digitalização do sector público para desburocratização. Contudo, existem riscos inflacionistas, nomeadamente com o aumento do custo das matérias-primas.

Os custos energéticos representam uma parte significativa para as empresas, mas a electrificação vai trazer custos mais o sector.

O pós-Verão está a decorrer dentro do previsto pelo Europcontrol. A recuperação do Turismo era entendida como mais lenta que outros sectores, dada a necessidade de vacinação daqueles que lhe estão ligados. O turismo externo está a recuperar mais rapidamente do que o previsto, uma vez que já representa mais turistas do que os internos. O turismo doméstico, mesmo na Região, foi importante numa fase inicial da recuperação pós-pandemia.

Rui Constantino frisou que a recuperação das economias desenvolvidas está sincronizada, mas frisou novamente que tudo irá depender da taxa de vacinação e de eventuais novas vagas de covid-19.