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Rangel quer eleições no fim de fevereiro e anuncia Poiares Maduro como coordenador do programa

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FOTO RODRIGO ANTUNES/LUSA

O candidato à liderança do PSD Paulo Rangel defendeu hoje a realização de eleições legislativas em 20 ou 27 de fevereiro, considerando que seria "um prazo racional, razoável e rápido".

"A data que nos parecia adequada e que em nada prejudicaria o país seria 27 ou 20 de fevereiro", afirmou, em conferência de imprensa na sequência do 'chumbo' do Orçamento do Estado para 2022 na quarta-feira.

Na conferência de imprensa, anunciou ainda que o ex-ministro Miguel Poiares Maduro aceitou coordenar as bases do seu programa eleitoral e o economista Fernando Alexandre será o responsável pela área económica.

Sobre a data que defende para as eleições, Rangel considerou que "não se pode abrir um estado de exceção e de emergência" e interromper os processos eleitorais de vários partidos que já estavam abertos quando ocorreu a crise política.

O eurodeputado considerou que os prazos que defende permitem conjugar o interesse do país com a democracia interna dos partidos, e manifestou o apoio à iniciativa de quase 70 conselheiros nacionais do PSD que pediram a antecipação do Congresso do partido de janeiro para 17 a 19 de dezembro.

"O curto mês de campanha eleitoral interna que nos resta pode muito bem ser -- e estou certo que será -- à boa maneira das primárias que se celebram em tantos países europeus e não só -- uma grande oportunidade para o PSD apresentar os seus projetos, protagonistas e equipas", afirmou.

Rangel defendeu que esta antecipação "serve igualmente as duas candidaturas" e apelou aos órgãos nacionais para que possam acompanhar esse pedido.

Tal como já tinha anunciado no Porto caso se confirmasse o 'chumbo' do Orçamento e a crise política, Rangel adiantou que a sua candidatura vai preparar, a par da moção de estratégia global a levar ao Congresso, "as bases do programa eleitoral" às legislativas.

"Essa estrutura terá como missão preparar as bases do programa, que será depois discutido com os militantes e validado no Congresso", apontou.

Miguel Poiares Maduro, que irá coordenar a elaboração dessas bases, foi ministro de Passos Coelho e integra o conselho consultivo do Conselho Estratégico Nacional, criado pelo atual presidente Rui Rio.

Fernando Alexandre, que coordenará a parte económica, foi secretário de Estado Adjunto da Ministra da Administração Interna no Governo de Passos Coelho.

Questionado se o seu programa terá alguma referência à eutanásia, Rangel não se quis comprometer, dada a incerteza que ainda envolve este tema, já que a despenalização - vetada uma vez por inconstitucionalidade - será levada ao parlamento na próxima semana.