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Fundação para a saúde apela para "resposta concertada" face à gravidade da pandemia

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A Fundação para a Saúde - Serviço Nacional de Saúde (FSNS) apelou hoje aos políticos, cientistas, jornalistas, profissionais do setor e à população para que se unam na resposta à "situação gravíssima" da pandemia em Portugal.

"Mais do que nunca, é necessária uma resposta concertada das forças e poderes políticos, da comunidade científica, da comunicação social, dos profissionais de saúde e de toda a população", face ao momento que o país atravessa devido à covid-19, refere a FSNS em comunicado.

Esta fundação foi constituída em 2011 integrando, no seu início, cerca de 70 personalidades, entre as quais o ex-Presidente da República, Jorge Sampaio, vários antigos ministros como Arlindo Carvalho, Paulo Mendo, Maria Belém Roseira, Luís Filipe Pereira e Ana Jorge, assim como Constantino Sakellarides, ex-diretor-geral da saúde e especialista de saúde pública.

Segundo a FSNS, Portugal atravessa uma "situação gravíssima" de disseminação da infeção do novo coronavírus devido a vários fatores recentes e mais antigos, uma mistura que se "tornou explosiva".

"Este não é o momento para lutas políticas, acusações ou atos de contrição. Virá um tempo para isso. Agora é tempo de agir", através do cumprimento das medidas que reduzam a intensidade da transmissão do vírus na comunidade, a "única forma de baixar o número de doentes graves, travar a perda de vidas e evitar o colapso do SNS e do sistema de saúde", refere a entidade presidida por Victor Ramos.

A fundação apela aos atores e aos poderes políticos para que "utilizem ao máximo as aprendizagens destes meses de experiência nacional e mundial e procurem compreender e integrar melhor nas suas decisões as determinantes, limitações e motivações comportamentais dos seus concidadãos e dos setores envolvidos e atingidos pela crise".

"À comunidade científica e suas instituições, apela-se para que cooperem e se organizem proativamente entre si, para atingir massa crítica de pensamento e análise científica estruturadas", refere ainda FSNS, que defende que esse trabalho deve ser comunicado de forma atualizada aos decisores políticos, aos profissionais de saúde e à comunicação social.

A fundação preconiza ainda que aos dispositivos de saúde pública e dos cuidados a montante dos hospitais "deve ser concedida prioridade máxima de reforço de meios", assegurando a capacidade realização dos inquéritos epidemiológicos, identificação, testagem e isolamento dos infetados.

"A ação insuficiente da rede de saúde pública e das intervenções a montante determinam, semanas depois, avalanches e colapso dos serviços a jusante, o que infelizmente está a acontecer", alerta.

No que diz respeito à comunicação social, a FSNS defende que devem ser reajustadas e inovadas as suas estratégias de informação e que tenha em conta a "aparente dessensibilização psicossocial, após meses consecutivos de pandemia".

Quanto à população, a FSNS apela para que cada "cidadão interiorize convictamente que o seu contributo é decisivo" na resposta à pandemia, através do cumprimento "sem hesitações, com absoluto rigor e tolerância zero as ações ampla e repetidamente enunciadas pela direção-geral da Saúde".

"A todos cabe evitar que o aumento descontrolado de pessoas infetadas leve o SNS e o sistema de saúde a um colapso que colocará em perigo de vida milhares de pessoas com covid-19 e com muitas outras doenças e acidentados, que não poderão ser tratados", salienta a fundação.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 2.092.736 mortos resultantes de mais de 97,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 9.686 pessoas dos 595.149 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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