Coronavírus Madeira

Médicos da área Covid-19 do SESARAM são poucos e estão cansados

As 70 camas de reserva no Hospital dos Marmeleiros ainda não foram usadas

José Júlio Nóbrega regressa hoje à RTP, onde, segundo fontes próximas, se sente acarinhado.
José Júlio Nóbrega regressa hoje à RTP, onde, segundo fontes próximas, se sente acarinhado.

“Juntos seremos mais fortes neste combate à pandemia Covid-19”

É a Direcção Clínica do SESARAM quem o admite. Os médicos adstritos à área Covid-19 são insuficientes para as necessidades crescentes e estão cansados, o que justifica adaptações internas nos serviços e o recurso a profissionais de outras áreas, com destaque para os médicos.

Foi numa comunicação interna, dirigida a mais de 280 médicos, que a Direcção Clínica de Júlio Nóbrega, através do adjunto Diogo Rijo, deu explicações sobre as medidas em curso e sobre a necessidade das mesmas. “Os colegas médicos, que, de momento, estão adstritos a esta área (Covid-19) não são suficientes, para além do facto de já estarem cansados da carga de trabalho exigida. Por tal, existe a necessidade de alocar, a esta área, mais médicos.”

Essa é a razão principal evocada para justificar o recurso a médicos de outras áreas, com prioridade às especialidades médicas e, depois, às cirúrgicas. “Atendendo a que esta calamidade se trata de uma situação, do ponto de vista clínico, mais do foro médico (e não-cirúrgico), foram alocados mais especialistas de áreas médicas a esta área. Todas as opções de especialidades médicas foram contempladas, sabendo das limitações de cada uma delas dentro do nosso panorama institucional, havendo um plano definido de quando cada uma irá ter que entrar, e em que circunstâncias. Findo o recurso de especialidades médicas, as especialidades cirúrgicas são chamadas a apoiar a área Covid-19, sabendo que estas também têm competências médicas mais do que adequadas à orientação deste tipo de doentes.”

Para já, garantiu a Direcção Clínica, a actividade clínica corrente (programada/electiva) será mantida, mas vai ser restringida gradualmente conforme forem faltando os recursos humanos e físicos.

Nesta questão dos recursos físicos, ainda por intermédio da pena de Diogo Rijo, a Direcção Clínica fez uma súmula do que já foi feito e está em andamento.

“Nesta segunda vaga da pandemia, o crescente número de doentes Covid-19 positivos está a ser acompanhado pelo proporcional crescente do número de doentes Covid-19 positivos com necessidade de internamento, tal como seria expectável. Neste momento, temos cerca de 66 doentes Covid-19 positivos internados no Hospital Dr. Nélio Mendonça (HNM), sendo a perspectiva crescente num futuro próximo.”

“Por tal, houve a necessidade de aumentar o número de camas disponíveis para dar resposta a este tipo de doentes, com o englobamento do sector 1º nascente a esta área, e posteriormente o 2º nascente (este último antes de se esgotarem as camas existentes), perfazendo um total de 100 camas no HNM.”

“Os serviços cirúrgicos aí instalados foram deslocalizados para outros pisos, não havendo grande impacto na sua capacidade total de funcionamento. Acrescido a este aumento, foi criada no piso 4º do Hospital dos Marmeleiros uma área de mais 70 camas para doentes Covid-19, ainda sem utilização de momento.”

“Estamos, desta forma, a preparar-nos, do ponto de vista de infra-estruturas, para esta situação de calamidade, tentando estar um passo à frente das nossas necessidades.”

A Direcção Clínica termina com um apelo à unidade dos médicos: “Juntos seremos mais fortes neste combate à pandemia Covid-19”.

O DIÁRIO sabe, de fonte próxima de Júlio Nóbrega, que este deve ser um dos assuntos que o director clínico pretende abordar numa entrevista, que concede hoje à RTP-M.

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