“Dinheiro alheio”?

Em recente carta um leitor insurgia-se contra o que considerou um aproveitamento político das entidades regionais pelo apoio de 35 milhões de euros ao layoff na RAM concedidos pelo ISS nacional. Discutível e bizarro é o modo como apresenta os apoios do Estado à RAM nomeadamente neste caso para fazer frente a crise pandémica da Covid19. Será que a RAM já não integra Portugal nem tão pouco a CE? Na atual situação de crise será que algum orçamento regional ou mesmo ao nível de estado está preparado para lhe fazer frente? Quantos milhares de milhões do orçamento da CE é que irão ajudar os diversos estados membros e entre eles Portugal a enfrentar atual crise? Então a que propósito é que o leitor vem falar de “dinheiro alheio”? Não será tão alheio e caridoso como os milhares de milhões nomeadamente a fundo perdido que Portugal irá receber da CE para o mesmo fim? Ao que parece para leitor em causa a RAM e os madeirenses deveriam ser excluídos dessas ajudas. A sua total incoerência fica bem expressa quando se “esquece” do que recentemente se passou e que demonstrou uma vez mais a absoluta falta de solidariedade do atual governo do PS para com a RAM ao recusar o aval da República ao empréstimo de 458 milhões contraído pela RAM para acudir a despesas inadiáveis decorrentes da atual crise provocada pela pandemia o que permitiria à RAM e aos madeirenses poupar largos milhões de euros em juros, tal como quando se recusa a baixar a taxa do empréstimo ao abrigo do PAEF enquanto renegoceia a dívida do País nos mercados a taxas negativas. Com o anterior e o atual governo do PS a RAM tem sido sistemática e politicamente hostilizada na sua legítima aspiração de conseguir a satisfação plena dos direitos autonómicos que lhe estão consagrados. Basta ver o modo como todos os governos de Espanha tratam e valorizam a R.A. das Canárias em comparação com o que o atual governo PS faz com a RAM para compreender o desabafo de alguns no sentido de “cortar com Lisboa”.

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