Temporal a Norte Madeira

Limpezas levam pelo menos mais uma semana

A prioridade hoje é desobstruir acessos e limpar vias. Primeira, Segunda e Terceira Lombadas acessíveis ainda hoje

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A remoção de pedras e lamas para dar acesso aos sítios isolados continuou a ser hoje a prioridade das operações nas freguesias da Boaventura e Ponta Delgada, na sequência dos estragos causados pelo mau tempo do dia de Natal. Esta manhã do lado da Boaventura as máquinas abriram caminho para o Sítio da Levada e seguiam para desimpedir o Sítio da Lombadinha, que estava acessível antes apenas a pé. Entretanto chegaram à Primeira Lombada. Faltavam a Segunda e Terceira.

Os acessos às outras duas lombadas, que ficam logo a seguir à Primeira, são situações mais fáceis de resolver, uma vez que a estrada foi atingida apenas por pequenas derrocadas. A Câmara acreditava que nas horas seguintes conseguiria chegar a todos os sítios. “Depois vamos proceder aos trabalhos de limpeza, mas irão demorar algum tempo, o dia de hoje, de amanhã e os próximos dias”, avançou o presidente da Câmara. José António Garcês confirmou, como no terreno os estragos anunciavam, que a limpeza das estradas não ficará concluída até terça-feira, como pretendia o presidente do Governo Regional. “A quantidade de escombros é enorme, pedras, lama, árvores, terra. Depois foi imensa água que fez arrastar tudo isto”, sublinhou.

O objectivo de Miguel Albuquerque era que rapidamente fosse reposta alguma normalidade, mas José António Garcês recorda que o Presidente do Governo não tem o conhecimento necessário para prever com exactidão. “Ele tem noção daquilo que aconteceu, mas não consegue ver ao pormenor tudo aquilo que aconteceu. A vontade é que até terça-feira esteja Tudo pronto e disponibilizou os meios através da Secretaria Regional dos Equipamentos e Infra-Estruturas para que acontecesse, mas infelizmente vai ter que demorar mais alguns dias”.

O presidente da Câmara acredita que durante a próxima semana não estará concluído. “Estamos a falar de uma semana só a nível de limpezas, sem falar depois daquilo que será a reconstrução”.

Para já ainda não há avaliação ou levantamento dos prejuízos. “Há uma ideia dos meios que estão no terreno e de tudo isto que está a ser feito, são muitos milhares de euros, como é óbvio. Mas serão muitos mais naquilo que será a reconstrução de todas essas infra-estruturas que foram destruídas e das casas das próprias pessoas.”

Para já é cedo para cálculos. O autarca adianta que estão no terreno a ver aquilo que é necessário e prioritário e que durante os próximos dias junto com a Segurança Social a Câmara vai fazer um levantamento das necessidades de bens, para que as pessoas possam rapidamente voltar à normalidade.

 O presidente acredita que o pior já passou e destaca o “comportamento exemplar” da população, na prevenção e interajuda que permitiram minimizar o impacto. “Agora é repor tudo o que é necessários, a começar pelas infra-estruturas, as redes de água, a electricidade”. Depois das estradas, o foco será nas casas afectadas, assim como na avaliação dos prejuízos.

José António Garcês garantiu que o socorro e os bens de primeira necessidade não faltaram a ninguém, que mesmo num sítio que estava isolado no lado da Lombadinha, na Ponta Delgada a situação foi contornada e uma senhora que partiu o pé foi socorrida através de uma vereda pelos bombeiros, assim como o senhor que precisava de fazer a hemodiálise fez.

O presidente revela que todo o trabalho que está no terreno está sob a coordenação da Protecção Civil Municipal, da Protecção Civil Regional, do Governo Regional através da Secretaria Regional dos Equipamentos e Infra-estruturas e dos bombeiros. Estão a trabalhar ainda as Juntas das duas freguesias e muitos voluntários. “Todo esse trabalho é coordenado no sentido de chegarmos rapidamente às pessoas que necessitam, a gestão das prioridades, e tudo isso está a ser feito. Obviamente que no meio disto tudo há situações (…) em que há meios a mais onde não é necessário”. José António Garcês diz que não se trata de atropelos, mas de melhor dispersar os meios. “Mas se temos muitas pessoas a ajudar num sítio, também rapidamente essas muitas pessoas vão para outro sítio ajudar. É só nesse sentido.”

Os serviços sociais da autarquia têm procurado responder a alguma falta de bens de primeira necessidade, como comida, água, medicamentos ou mesmo fraldas. Nos casos em que foi reportado, a autarquia comprou e entregou.

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