Madeira

Dramas

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Boa noite!

Numa altura em que a pandemia aperta o cerco, os surtos começam a ser notícia, os lares ficam mais desprotegidos, e os estudantes, emigrantes e turistas chegam em força, eis que a barraca abana e o chão começa a fugir, a julgar pelas contradições e incertezas indisfarçáveis, presentes em tomadas de posições públicas dignas de reparo. Não são inéditas, mas agora ganham outros contornos.

Dada a incoerência crescente, é caso para perguntar: quem é que afinal anda desorientado?

Os do Sul, a exemplo de Miguel Albuquerque que numa questão básica – a dupla testagem, bem pensada do ponto de vista da saúde pública, mas assumidamente com “falhas” – altera as regras em vigor quanto a prazos para os que chegam com teste negativo porque finalmente percebeu que a logística  dos testes é brutal e não há meios humanos e técnicos para testar milhares de pessoas por dia nesta quadra natalícia? E agora? É para dizer aos residentes que não voltem à sua terra pois mesmo chegando com teste feito e negativo vão passar a semana isolados, correndo o risco de regressarem à casa da partida sem o segundo teste feito e, pior, sem cumprirem com aquilo que os trouxe à Região?

Os de Leste, a exemplo da Câmara de Machico que enveredou pelo caminho mais fácil, o de atacar o mensageiro numa situação objectivamente realista, fazendo publicar ofensas lamentáveis a um meio de comunicação social que está sempre pronto para ajudar o concelho a superar-se? Os factos são indesmentíveis e superiormente explicados esta tarde pelo jornalista Élvio Passos.

Câmara de Machico nega evidência assente em números e conceitos oficiais

Concelho estava e está entre os de risco elevado, de acordo com conceito da DGS

Élvio Passos , 18 Dezembro 2020 - 17:59

Não vamos repetir a argumentação que sustenta a notícia. Apenas queremos deixar claro que a uma semana do Natal ou de qualquer outra data, este órgão de comunicação social não se inibe de dar notícias que alguns teimam em ver escondidas, nem se esconde em juízos de valor orquestrados. Acusar-nos de “clara intenção de denegrir a imagem do município, do comércio e da economia local” é comprovadamente uma tentativa de vitimização insustentada, quem sabe motivada por disputas futuras que já fervem e por desesperos que o tempo ajudará a perceber.

Mas em Machico há gente lúcida que sabe que a justiça das redes é tão perigosa quanto a forma leviana de fazer política e que tudo tem feito para superar uma crise que não escolhe territórios e, no caso do comércio, não é recente. Para os corajosos machiquenses que fazem mais do que falam deixamos a garantia que estamos sempre disponíveis para ajudar os que hoje se sentiram desanimados e a confortar os que têm profundas razões de queixa. Quem não se sente, não é filho de boa gente, mas não foi aqui que leram que o vírus é castigo.

Os do Oeste, a exemplo daqueles que organizam eventos clandestinos, sem as devidas cautelas e licenças, promovendo ajuntamentos e jantaradas, à boleia de ralis e afins?

Os do Norte, a exemplo do presidente do Governo que a 4 dias do Natal vai dar uma conferência, segunda-feira às 17h, destinada a “um balanço das medidas tomadas ao longo dos últimos tempos e anunciar as novas medidas a vigorar na quadra natalícia e no fim-de-ano, no âmbito do controlo da pandemia e da salvaguarda da Saúde Pública e da vida dos madeirenses e dos porto-santenses”, isto depois de ter passado o dia a garantir que não vai mexer na medidas para o Natal e Fim-de-Ano?

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