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As vacinas e o futuro

Tenho visto muitos cartazes a apregoar que tudo vai ficar bem. Tenho muitos problemas em aceitar isso. Também não acho que tudo vá ficar mal. Só acho que o futuro vai ser muito diferente do passado.

O mercado de quantidade parece-me estar condenado, ou reservado para os segmentos mais baixos. Ninguém mais vai aceitar ser enfiado num autocarro com mais cinquenta pessoas, ou num restaurante com mais trezentas.

As vacinas vão mitigar os sintomas, mas ninguém, sabe muito bem como vão funcionar na prevenção da doença propriamente dita. Logo, a incerteza, ou pelo menos parte da incerteza, mantém-se.

Depois, ao longo deste último ano, as economias europeias foram fortemente afetadas, nomeadamente em “pequenos” fatores como emprego, rentabilidade, receitas disponíveis – mesmo ao nível das famílias.

Ao desastre covid, junta-se outro desastre, este específico para o Reino Unido, que é o Brexit, que fará sentir a partir de Janeiro, as suas consequências, e ao crescente movimento, mais ou menos generalizado, dos nacionalismos populistas. Tudo más notícias…

As pessoas com rendimentos disponíveis habituaram-se também a não viajar, ou a viajar de outra forma, nomeadamente em grupos muito pequenos, muitas vezes unifamiliares. Com um carro alugado, num alojamento local, e visitando restaurantes muito pequenos, fora dos circuitos normais.

Boas notícias para uns, péssimas para outros.

Uma mudança de ciclo, com um paradigma completamente novo, com os viajantes a ganharem uma independência inaudita.

Obviamente, esta é a minha perspetiva. Pessimista, dirão alguns. Mas sempre defendi que se nos prepararmos para o pior, a realidade será sempre “gerível”.

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