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Sitava diz que já se perderam 3.000 postos de trabalho no grupo TAP

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Segundo o sindicato, a companhia aérea procedeu a "cortes cegos" que estão provocar "graves prejuízos" e levaram já a que a empresa tivesse de contratar serviço de apoio a passageiros à LGSP, do grupo Lufthansa.

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) disse ontem que já se perderam 3.000 postos de trabalho nas quatro empresas do grupo TAP, pela não renovação de contratos a termo e cancelamento de contratos temporários.

"É do conhecimento de todos nós, que desde o início da crise pandémica, a TAP e as restantes empresas do grupo decidiram, infelizmente para milhares de trabalhadores, pela não renovação dos contratos a termo, e pelo cancelamento dos contratos com as empresas de trabalho temporário", apontou o Sitava, em comunicado.

"Talvez estes que nos ameaçam [com despedimentos] não tenham interesse em fazer contas porque se quisessem fazê-las saberiam que só nas quatro empresas do grupo (incluindo a SPDH, a empresa de 'handling' Groundforce) já se perderam cerca de 3.000 postos de trabalho", acrescentou.

Segundo o sindicato, a companhia aérea procedeu a "cortes cegos" que estão provocar "graves prejuízos" e levaram já a que a empresa tivesse de contratar serviço de apoio a passageiros à LGSP, do grupo Lufthansa.

"Dizem eles em tom ameaçador que vai haver despedimentos. Mais uma vez, só temos que dizer a estes senhores, que se isto não for má fé, então continuam distraídos", considerou o sindicato.

O Sitava acusou, ainda, o Conselho de Administração e a Comissão Executiva da companhia aérea de divulgarem, quase diariamente, notícias na comunicação social, "ameaçando os trabalhadores em vésperas de ser conhecido o tal projeto de reestruturação".

Os representantes dos trabalhadores da aviação e dos aeroportos reiteraram também que a "única responsável pela preocupante situação" da TAP é a crise sanitária que se atravessa, considerando, por isso, que não pode "ser aos trabalhadores qualquer responsabilidade".

Relativamente à redução da frota, que também tem sido referida no âmbito do plano de reestruturação a apresentar em Bruxelas até 10 de dezembro, o sindicato disse que isso só é novidade "para os distraídos", uma vez que a renovação da frota que a TAP realizou nos anos de 2018 e 2019 tinha já como pressuposto a saída de operação das aeronaves mais antigas, durante o ano de 2021.

"Com esta realidade presente, só por má fé se poderá plantar agora na comunicação social, que a reestruturação da TAP obriga à redução da frota. É falso. A frota da TAP -- TAP mais Portugália -- será diminuída das unidades mais antigas o que vai, obviamente, diminuir o número de aviões nas duas frotas. Claro que vai, tal como já estava previsto", sublinhou.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, anunciou no parlamento, em 04 de novembro, que "a primeira fase" do plano de reestruturação da TAP estava concluída e que as negociações com os sindicatos iam arrancar.

"A primeira fase do plano de reestruturação está feita, o que nos permite iniciar a negociação com os sindicatos. Esse trabalho vai iniciar-se desde já", disse Pedro Nuno Santos numa audição no parlamento, no âmbito da apreciação na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).

"Temos uma companhia aérea que está sobredimensionada para a realidade atual e temos de conseguir um processo restruturação que garanta que a companhia aérea vai ser viável e sustentável", defendeu Pedro Nuno Santos.

Perante os deputados, o ministro reafirmou ainda que a TAP vai necessitar de utilizar a totalidade dos 1.200 milhões de euros do empréstimo do Estado até ao final do ano.

Em 15 de outubro, Pedro Nuno Santos anunciou no parlamento que iriam sair 1.600 trabalhadores do grupo TAP até ao final do ano, tendo já saído 1.200 colaboradores.

O governante, em audição na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, desmentiu dados apresentados pelo Bloco de Esquerda, que apontou a saída de 1.500 tripulantes da TAP, referindo que isso seria 80% da força laboral e garantindo que os 1.600 trabalhadores que irão sair são de todo o grupo e não apenas da companhia aérea.

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