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Jazz em Agosto abre com “Sélébéyone” do saxofonista Steve Lehman

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O Jazz em Agosto abre hoje na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, com “Sélébéyone”, do saxofonista Steve Lehman, “um pensador essencial sobre o estado do jazz”, que trabalhou com Anthony Braxton, segundo nota da programação.

O projeto “Sélébéyone”, de Steve Lehman, junta o jazz ao rap e apresenta, no palco do anfiteatro, nos jardins da Gulbenkian, além de Lehman (saxofone alto), os “rappers” HPrizm e Gaston Bandimic, e os músicos Maciek Lassere (saxofone soprano), Carlos Homs (teclado), Chris Tordini (baixo elétrico) e Damion Reid (bateria).

Este ano, pela primeira vez, o Jazz em Agosto disponibiliza dois “passes”, um para todos os concertos no anfiteatro, e outro para cada fim de semana.

O 34.º Jazz em Agosto apresenta um cartaz fiel às suas características, com “os músicos mais criativos” que façam “um retrato da atualidade”.

O diretor artístico do certame, Rui Neves, em declarações à agência Lusa, afirmou que a preocupação do Jazz em Agosto foi sempre “procurar o jazz muito atual, ‘de ponta’, o mais contemporâneo possível, e apresentar os músicos mais criativos do hemisfério norte, dos Estados Unidos, Canadá, Norte da Europa, Escandinávia e Europa Central”.

Do cartaz faz parte David Torn (guitarra elétrica) que se apresenta pela primeira vez em Portugal, e traz o projeto “Sun of Goldfinger”. O músico atua no próximo sábado, no anfiteatro, em trio com Tim Berne (saxofone alto) e Ches Smith (bateria), “músicos com os quais tem uma ligação muito forte”, segundo Rui Neves.

“David Torn é um guitarrista muito peculiar, nada corriqueiro, de fazer solos cheios de fogo-de-artifício, é um construtor de ambientes”, disse.

Entre os nomes portugueses que participam este ano, sobressai o do violinista Carlos Zíngaro, integrado no Sudo Quartet, que atua no dia 02 de agosto no anfiteatro, o duo Pedro Sousa (saxofone tenor e barítono, e eletrónica) e Pedro Lopes (eletrónica), que apresenta “Eitr”, no dia 05 de agosto, no Edifício Coleção Moderna, e a trompetista Susana Santos Silva, integrada num quinteto.

“A Susana [Santos Silva] começou na Orquestra de Jazz de Matosinhos, em finais da década de 1990, mas é um facto que tem um talento natural, inato. Há cerca de quatro anos, decidiu radicar-se em Estocolmo, e irradiar a partir daí”, afirmou Rui Neves.

Susana Santos Silva atua em Lisboa, com a saxofonista dinamarquesa Lotte Anker, “que é muito reconhecida”, o pianista Sten Sandell, o contrabaixista Torbjörn Zetterberg e o baterista Jon Fält. Este grupo estreou-se no Festival Tampere, na Finlândia, em 2015, sendo o seu único disco, com o selo da Clean Feed, a gravação desta atuação.

Este quinteto atua no dia 01 de agosto, no anfiteatro.

À Lusa, Rui Neves referiu que “é música improvisada feita por músicos muitíssimo competentes, que têm um [forte] sentido de musicalidade”.

O diretor artístico do certame assinalou “três gerações de músicos portugueses, com orientações [musicais] muito diferentes” que participam nesta edição.

O Jazz em Agosto foi imaginado por Madalena Azeredo Perdigão, que foi diretora do antigo Serviço de Animação, Criação Artística e Educação pela Arte (Acarte), da Fundação Calouste Gulbenkian, e é hoje “agenda obrigatória para um público fiel, tanto nacional como estrangeiro”.

Rui Neves afirmou que “foi ela própria [Madalena Perdigão] quem inventou a ideia do Jazz em Agosto, com o propósito de refletir a contemporaneidade do jazz”. “Essa sempre foi a ideia e mantém-se”, asseverou Rui Neves à Lusa.

O festival encerra a 06 de agosto, com o trompetista Dave Douglas, acompanhado por Ian Chang (bateria), Jonathan Maron (baixo elétrico) e Rafiq Bhatia, em eletrónica, que surge “não como um acrescento aos instrumentos convencionais, mas antes como um elemento orgânico que remete para obras seminais de Miles Davis ou John Hassell”, segundo a nota de apresentação.

A programação completa do Jazz em Agosto está disponível em http://www.gulbenkian.pt/jazzemagosto.